Metrópolis

Metrópolis Osamu Tezuka




Resenhas - Metrópolis


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Cleber 16/06/2021

O deus do mangá
Considerando a época em que foi feita, 1949, podemos notar a forma dinâmica que Tezuka deixava em suas obras e sempre deixando as suas histórias com uma ponta cômica e ao mesmo humanista, sempre colocando também uma questão filosófica.
"Mas será que não vai chegar o dia em que os humanos vão se desenvolver tanto a ponto de se extinguirem com sua própria ciência?"
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Djeison.Hoerlle 15/02/2022

Um breve comentário sobre a ação do tempo.
Osamu Tezuka possui méritos inquestionáveis no mundo dos mangás. Até hoje, não conheci nenhuma pessoa que menosprezasse de alguma forma seu trabalho, seja visualmente - influenciando toda uma geração - ou narrativamente, com toda sua inventividade e ritmo enérgico, marcando época.

O ponto, porém, é que com todos os avanços narrativos que tivemos ao longo de décadas e todas as rupturas com formas convencionais, o que antes era novo e tirava o fôlego dos jovens de uma nação, hoje cansa e não prende nem mesmo os leitores menos exigentes.

Por se tratar apenas de uma sucessão de acontecimentos, a obra soa bobinha e não traz muita profundidade ou comentários que possam de fato fixa-la na mente dos leitores. Dificilmente vai agradar alguém que consome quadrinhos mais contemporâneos, ou outras formas de narrativa moderna, pegando, talvez, pelo saudosismo.

Quem ler Metrópolis provavelmente esquecerá seu enredo em três ou quatro dias, mas a história jamais esquecerá o mérito de Tezuka.
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Mafê 09/10/2022

Este mangá possui uma adaptação cinematográfica muito bonita, tanto visualmente, quanto em relação a trilha sonora. Porém, ambas as obras são bem distintas, e pretendo opinar apenas sobre a história do mangá.
A história é bem rápida de ser lida, e critica a forma como as pessoas utilizam a tecnologia. No caso, é apresentada a forma como os robôs são explorados pelos seus proprietários humanos. Existem momentos cômicos, com direito a uma referência ao Mickey, de Walt Disney.
No final dessa edição, há um texto escrito pelo próprio Osamu Tezuka, comentando sobre inspirações para criar a história e seus elementos narrativos, além de indicar que, o andróide Michi, responsável por fazer a história acontecer, acabou servindo como modelo para originar o Astroboy e sua irmã.
Achei bacana o posfácio da editora, comentando sobre a representação étnica de outros povos dentro da história. Muitas entram no estereótipo propagado na época em que este quadrinho foi criado, e mesmo que hoje isso não seja adequado, por muitos motivos, e com toda a razão para isso, a intenção do autor nunca foi ofender ninguém, principalmente por ele mesmo desenhar traços exagerados sobre si, alterando sua aparência física. Também não desejo justificar algo que possa vir a ofender outra pessoa, mas achei muito importante a editora colocar este texto no encadernado.
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Paulo 01/03/2018

Fazer quadrinhos é uma arte. Pensar nos quadros, no fundo, nos personagens, no que acontece dentro das cenas. Quem pensa que uma HQ ou um um mangá é algo raso, deveria rever seus conceitos. Ambos possuem uma riqueza de detalhes ainda maior do que um livro porque ele precisa falar aos leitores não só com diálogos, mas também com imagens. E imagens que precisam se associar àquilo que é dito. Eu já li muitos mangás, na minha adolescência e na minha fase adulta. Mas, nada me preparou para Tezuka.

Uma das coisas que mais me impressionou em Metrópolis foi a conjugação de imagem e roteiro. Quem olha Metrópolis e julga apenas pelo desenho mais antigo e até um pouco infantil, não está sendo atencioso com o que está sendo apresentado. O roteiro é incrível e fala de uma temática extremamente importante da época em que o mangá foi lançado. 1949 é o pós-Segunda Guerra Mundial e é o início da Guerra Fria. O Japão voltava completamente derrotado e tendo que lidar com uma catástrofe que foi a bomba nuclear usada em Hiroshima e Nagasaki pelos americanos. Era o início da Era Atômica também quando veríamos a ciência sendo usada para mostrar poder. E é justamente desse tema que trata Metrópolis.

A escrita de Tezuka une os quadros ao que está sendo dito. E eu raramente vi o que o autor faz: ele usa os próprios quadrinhos para brincar com o roteiro. Tem uma cena em que um cientista invade o esconderijo do partido Red e um robô chamado Fifi ajuda o cientista. Mas, eles são pegos pelo vilão que separa os dois. Para dar um exemplo ao cientista, ele usa um gás corrosivo em Fifi. Qual é a mágica disso? Tezuka usa a própria separação dos quadrinhos para criar a imagem de uma cela... é como se baixasse uma porta separando os dois. Esse emprego dos quadros como elemento de roteiro ele faz em diversos outros momentos: uma faixa que se torna um balão, balões que se tornam expressivos. É genial isso. De fato, é o Pai dos Mangás em ação.

O traço de Tezuka vai parecer estranho e até datado para alguns leitores. Eu li A Princesa e o Cavaleiro então já sabia o que esperar. E até gosto esteticamente do traço do autor. Acho ele extremamente detalhista, principalmente no que diz respeito ao cenário. Gente, sejam atentos: olhem o fundo das cenas. Muita coisa acontece ao mesmo tempo em que a ação na frente. Ele solta vários easter eggs sobre cultura e filmes da época. Tem algumas cenas que acontecem logo no começo do mangá que demonstram essa incrível habilidade do autor. Em uma reunião de cientistas para falar sobre os pontos pretos no Sol, eles se reúnem em uma sala/centro de convenções. Se vocês observarem bem, vão ver os personagens que aparecem, suas falas e tudo o que acontecem por ali. Eu fiquei uns bons dois minutos observando tudo o que se passava tamanha a riqueza da cena. As splash pages de Tezuka são inacreditáveis. E pensar que ele não contava com nenhum dos recursos que temos nos dias de hoje.

"Mas, será que não vai chegar o dia em que os humanos vão se desenvolver tanto a ponto de se extinguirem com sua própria ciência?"

O tema da ciência usada para o mal é sem dúvida o tema do mangá. O Duque Red usa os seus recursos e seus conhecimentos para tramar algo que o coloque no poder sobre as pessoas. Ele quer Michi para lhe dar essa sensação de poder. Mas, logo a gente percebe o quanto Michi não deseja fazer parte disso e até a forma como ele é criado ao lado de Kenichi ajuda nessa conscientização do personagem. Red constrói robôs para serem seus escravos e o ajudarem em seus planos malignos. Enfim, é uma crítica de Tezuka à maneira como o ser humano usa algo que poderia ajudar a desenvolver o mundo apenas para perpetuar as piores qualidades do homem. O autor usa uma metáfora muito boa e que a gente só percebe depois que terminou a leitura que é o surgimento do homem. Ele mostra os dinossauros sendo extintos e depois substituídos pelos mamíferos. Mas, todos eles foram eliminados por causas naturais. O homem, com sua ambição e voracidade, contribui para sua própria destruição. Dentre os seres vivos da natureza, o homem é o único que poderá um dia ser responsabilizado por sua própria extinção.

A relação entre Michi e os seres humanos também é bem explorada. Michi tenta se encaixar no mundo no qual ele está vivendo. Tem um amigo, frequenta uma escola, pratica esportes. Isso sem saber que ele é um ser artificial. O mais engraçado é que o esforço de Michi em tentar pertencer de fato à sociedade o torna melhor do que os seus pares. E isso gera inveja. Quando acontece a virada na história mais para o final da trama, tudo o que Michi sabia sobre o mundo vira de cabeça para baixo. Ele vai reagir imediatamente ao que lhe é colocado.

Os personagens são variados e muito ricos na sua concepção. Tezuka brinca com várias referências culturais. Tem um Sherlock Holmes, tem referências a países, em que ele brinca com estereótipos. Mas, cuidado, gente: Tezuka é de outra época em que se tinha bem menos cuidado com esses temas mais sensíveis. Fora que ele emprega essas referências como parte de sua história que é satírica. Ele não é preconceituoso nem nada do gênero. É uma brincadeira ingênua que ele faz, para brincar com determinada concepção. Em histórias mais sérias como Buddha ou Adolf, ele toma essas ideias bem mais a sério.

Metrópolis é uma aula de fazer quadrinhos (afinal mangás japoneses são quadrinhos japoneses). Somos colocados diante de um mestre contador de histórias que, com extrema sensibilidade, nos fala como devemos refletir acerca do fazer ciência. De como o ser humano quer usar o conhecimento para obter poder. E de o quanto podemos ser melhores apenas sendo mais honestos uns com os outros.

site: www.ficcoeshumanas.com
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Mirelle 06/09/2022

Metrópolis é um mangá de ficção científica publicado no inicio da década de 50, que foi fortemente influenciado pelo gênero de arte dominante do Walt Disney nesse período.

Tezuka conta a história de um humanoide criado a partir de células sintéticas, capaz de ter super força e multi forma. O grande desafio da trama é mais do que criar o jovem humanoide como uma criança qualquer e protege-la das garras do grande vilão que fomentou sua criação. Mas sim, conter o ímpeto de criança curiosa com o universo e seu senso de justiça.
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M.N.Vulpin 24/07/2016

Um mangá que vale a pena ler
Metrópolis é um mangá de 1949 escrito e desenhado por Osamu Tezuka, um grande autor que é sem dúvidas um divisor de águas na história dos quadrinhos japoneses.

Metrópolis mostra o traço de um Osamu em início de carreira. Apesar do desenho infantil que lembra muito o estilo caricato de Walt Disney (maior influência para o autor, como ele mesmo já admitiu), Osamu Tezuka se esforçava para não tornar suas histórias bobinhas demais, sendo assim direcionada para qualquer idade.

Esta é uma ficção científica que traz um recorrente questionamento da época: será que a ciência evoluiria tanto a tal ponto de levar a Humanidade à destruição? Com uma referência muito sutil do filme "Metropolis" do cineasta Fritz Lang, temos uma narrativa que gira em torno de Michi, um robô com mais humanidade do que um humano e que tem uma história trágica. A narrativa é muito rápida, com várias informações chegando a cada página, porém segundo o autor isso só aconteceu porque ele precisou fazer vários cortes para que o mangá tivesse exatamente 160 páginas. No entanto, isso não prejudica no entendimento da trama.

É um mangá que vale a pena ler. É o protagonista Michi que será utilizado posteriormente como inspiração para Astroboy e princesa Safire, personagens icônicos da obra de Osamu Tezuka.
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Mion 14/05/2022

Seria a origem de muito o que conhecemos em desenhos animados (na parte visual) e uma interessantissima releitura da ideia do filme, que é bem legal de se partir do fato do autor nao ter assistido ao filme mas lido sobre e visto uma imagem. A partir da imagem é pura imaginacao. Que demais!
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