CultEcléticos 11/01/2017
A origem dos Contos de Fadas, que não se tratavam de histórias infantis e tampouco tinham o objetivo de transmitir quaisquer ensinamentos morais. Os contos de Fadas traziam um forte teor de adultério, canibalismo, incesto, assassinatos brutais. Os contos eram, em princípio, relatados oralmente e, ao passar dos anos, foram escritos a fim de “imortalizá-los”; no entanto, não como eram originalmente, pois muitos contos sofreram grandes mudanças e adaptações, tornando-se, por vezes, até outra história.
Os IRMÃOS GRIMM foram os responsáveis por registrar alguns Contos de Fadas: Pele de Urso, A Gata Borralheira, João e Maria (Hansel e Gretel), Rumpelstilskin; estamos falando de uma reescrita no século XIX, em alemão, já trazendo bastantes mudanças em relação às histórias originais que já existiam séculos antes.
Dentre os Contos, especificamente os reescritos pelos irmãos GRIMM, destaco nesta resenha RUMPELSTILTSKIN; creio não ser o conto de fadas mais conhecido, no entanto, me parece ter sido o que menos sofreu modificações “politicamente corretas”, talvez justamente por isso.
O que me fascina em RUMPELSTILTSKIN é o clima de HORROR que a narrativa ambienta do início ao fim. Afinal, é muito perturbador imaginar alguém (no caso, uma moça) fazer um pacto com um ser demoníaco prometendo-lhe seu primogênito ao nascer em troca de uma magia para transformar palha em fios de ouro para que se case com um Rei e torne-se Rainha. Quem diria, um contos sem heróis ou heroínas?! Todas as personagens parecem vilões, ninguém é mocinho ou mocinha. O desfecho é intrigante e assustador com direito a música e dança macabras descritas pelo narrador…
(Liz Frizzine)
Resenha publicada no site CultEcléticos.
site: http://www.cultecleticos.com.br/resenha-literaria-especial-rumpelstiltskin/