Mandy 22/07/2021
" Para vocês, eu ofereço vinho com mel e a hospitalidade da minha mesa. Mas para traidores e quebradores de juramentos, eu ofereço a hospitalidade da minha rainha. A hospitalidade das facas."
Boa noite, este post é mais um desabafo do que uma resenha. Só eu sei o quanto estava ansiosa para a conclusão da trilogia O Povo do Ar, da Holly Black, e agora que eu li, gostaria de dizer, com dor no coração, que é um 7/10. Esperei por um final bombástico, como nos dois primeiros livros, o que recebi foi um final raso, previsível e “seguro”. Ainda que eu seja completamente apaixonada pela história e os personagens de O Principe Cruel, esse amor não foi suficiente para passar por cima de algumas expectativas não alcançadas.
Seguindo um caminho semelhante ao que Cassandra Clare percorreu em Rainha do Ar e da Escuridão, Holly Black entrega uma história com o final feliz, mas desconexo com o desenvolvimento do plot ao decorrer da trilogia, de certa forma. No mesmo tempo em que temos um ótimo desenvolvimento de Cardan, senti que houve uma descaracterização de Jude no último livro, a qual passa a autodenominar misericordiosa e cometer erros grotescos cujo a personagem nunca aceitaria nos títulos anteriores. Ainda que seja interessante ver Jude desenvolver esse lado humano, tocar nessa tecla somente no último livro não foi uma boa escolha, a característica deveria ter sido desenvolvida gradualmente.
Senti falta de um melhor desenvolvimento do plot dos personagens secundários, Barata, Bomba, Fantasma, até mesmo Locke. Com certeza teria sido incrível se Holly não tivesse simplesmente passado por cima de determinados acontecimentos, mas desenvolvido ao longo do livro. O mesmo serve para a tal guerra, a qual e prometida desde o segundo livro, mas nunca acontece de fato.
No mais, ainda que eu tenha muito o que reclamar, eu não consigo dizer que o livro é ruim. O meu problema foi com a insegurança da autora de dar o final cujo qual ela esteve insinuando durante todo o andamento da história. Cujo qual ela preparou os personagens por dois livros inteiros. Tinha potencial, mas fica gritante que o medo de virar a próxima Veronica Roth foi maior. Pelo menos Roth foi corajosa.
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