Luiz 31/12/2023
Papa & Igreja, as obras de Cristo que o mundo não derrubou
Livro: O Cristo, o Papa e a Igreja
Autor: Pe. Júlio Maria de Lombaerde
Pe. Júlio Maria fundou a primeira congregação brasileira de Missionários de Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento e também, a congregação Irmãs Sacramentais de Nossa Senhora. Era exímio teólogo e polemista, tinha sempre um pena a mão pra escrever no jornal que publicava, O Lutador, foi o terror dos Hereges de sua época. Infelizmente veio a falecer no ano de 1944 num acidente de trânsito na véspera de Natal, ao se dirigir pra celebrar uma Missa.
Pe. Júlio Maria possui uma perspicácia única, seus escritos são recheados de sabedoria e ironia; sempre disposto a defender a fé católica daqueles que a atacam, Pe. Júlio Maria mostra para os católicos a Consistência do Catolicismo se comparado a outras religiões e seitas, de forma esplêndida e sagaz.
"O presente livro será um livro revelador para muitos, pois lhes mostrará uma Igreja que desconheciam por completo, ou conheciam apenas através do prisma multicor das calúnias grotescas da impiedade ou das telas objeções dos protestantes.
[...]
Leiam estas páginas aqueles que, sinceros e sedentos de verdade, procuram a luz para o espírito e o amor para o coração.
Encontrarão aqui os segredos íntimos da Igreja, a sua fonte de vida, sua força no martírio, seu segredo de expansão, seu heroísmo na luta e seu triunfo na virtude."
(Pe. Júlio Maria de Lombaerde, p.16-17)
Neste livro o autor faz uma conexão com os livros:
1) Diabo, Lutero e o Protestantismo
2) São Gabriel, Maomé e o Islamismo
3) Maria e a Eucaristia
Segundo o autor esses livros se conversam de forma especial no intuito de mostrar ao leitor as raízes essenciais da fé católica, convidando-os à defenderem sua fé à luz da verdade dos fatos daqueles que os atacam injustamente.
Neste livro, Pe. Júlio Maria se propõe a responder um jovem escritor que acata a fé católica injuriando o Papa dizendo que ele nada tem haver com com Jesus, seu argumento se baseia principalmente no fato de que enquanto Jesus nada tinha, o Papa tudo tem, não poderiam eles serem mais distantes e opostos um do outro. Inconformado com tal inverdade, o autor se propõe a responder às 16 proposições de seu escritor, com mais 16 questões que provam justamente o oposto do que ele pensava. Porém na sequência, outro escritor, um segundo lhe afirma que suas 16 proposições nada mais eram do que fuga do tema em debate, que o Padre não conseguiu desmentir as acusações feitas contra o padre. Assim nasce o livro em questão.
"Em sua ignorância a respeito das leis rigorosas da canonização em uso na Igreja Católica, eles julgaram que basta o Papa dizer que alguém é santo, para que o seja, como basta um pastor dizer a qualquer crente que de hoje em diante ele será pregador, para que ele julgue sê-lo, e percorra o mundo, dizendo asnices de todos os quilates.
Ninguém é santo, porque o Papa o proclamou; mas o Papa o proclamou porque é santo, e porque tal santidade está autenticamente verificada e provada."
(Pe. Júlio Maria de Lombaerde, p.71)
Pe. Júlio Maria movido pela injúria que sofre o Papa, e que tem sofrido ao longo dos anos, principalmente pelas calúnias protestantes, resolve dar início a esta obra magistral em que mostra num primeiro momento argumentos lógicos, filosóficos e históricos que mostram não somente que o Papa possui sim seu lugar de destaque frente a humanidade inteira, e que ele como representante de Cristo, nada seria se o próprio Cristo não o tivesse com ele desde que seu cargo foi dado a Pedro, já num segundo a magnífica realidade trinta que o Papado possui.
O livro pode ser dividido em 2 partes, teoricamente, na primeira o Padre Júlio nos apresenta as reputações aos ataques contra o Papa, assim temos discussões sobre as Objeções comuns contra o Papa, as Riquezas do Vaticano, a lista dos Papas Canonizados desde Pedro, os ditos "maus" Papas tão comumente atacados, mas que ao nos debruçamos em suas histórias entendemos o contexto em que estava inseridos e o trabalho de difamação feito contra eles.
Na segunda parte o Padre Júlio decide sair do campo da apologética e do debate para mergulhar no campo da teologia e da filosofia. Temos então uma visão teológica que liga o Papa com a Árvore da Vida, o Papa como uma fonte de fé, a Infalibilidade Papal e como Doutor da Igreja, uma análise sobre Pedro no Evangelho, a Fraqueza e a Força do Papa, a conquista do Trono de Roma e o Vaticano, e por fim, a relação trinta entre o Papa, Cristo e Maria, seguinda de uma relação sequêncial de todos os Papas a partir da lista anteriormente mencionada.
"Vimos neste capítulo a bela e a harmoniosa hierarquia instituída por Jesus Cristo: o Papa, no mundo inteiro; o bispo, em sua diocese; o sacerdote em sua paróquia.
É como que uma imagem da Trindade neste mundo.
O Papa é o princípio de toda a autoridade.
O Bispo é como o verbo do Papa, em sua diocese.
O Padre unido ao Papa e ao bispo, é como o santificador das almas, em sua paróquia.
É pelo padre que o povo, com quem ele está unido imediatamente, une-se ao bispo e ao Papa.
Onde há um grupo de almas, há uma paróquia.
Onde há uma paróquia, há um sacerdote ou vigário.
O vigário é o homem das almas.
É ele quem as introduz na Igreja pelo batismo.
É ele quem as educa, pela palavra divina.
É ele quem as purifica, pela confissão.
É ele quem as alimenta, pela Eucaristia.
É ele, enfim quem lhes abre o caminho do lar cristão, quem as sustenta na última hora, quem as consola, lhes mostra o céu, e não as abandona senão depois de ter depositado o cemitério os seus restos mortais.
Augusta e sublime missão, a do Padre!
Ele é o laço que prende as almas a Deus e a força ascensora para o céu."
(Pe. Júlio Maria de Lombaerde, p.119-120)
Pe. Júlio Maria é formidável na defesa da fé, o livro foi belíssimo do início ao fim, mostrando com sensatez e sabedoria o que diferencia católicos de protestantes e demais seitas. A autoridade do Papa, devido o poder que Cristo lhe conferiu presenta uma fundamental e mais distinta diferença daqueles. A construção de Cristo é distinto de tudo que o homem pode produzir nesta terra, e cada estudo, a cada missa, a cada toque do Espírito Santo somos chamados a reconhecer e ver a obra magnífica que Cristo deixou para nós, que se converte a eles mesmo.
"Nada há de semelhante nas sociedades humanas.
Nada de tudo isto existe nas seitas religiosas fundadas pelos homens, onde as dignidades são simplesmente externas.
O poder que os homens dão é uma dignidade que afeta apenas o corpo e não penetra à alma.
As consequências deste fato são palpáveis e de todas as épocas.
O menor sopro revolucionário derruba reis, presidentes, governos, sociedades e seitas religiosas, enquanto as mais violentas tempestades nada podem contra o caráter sagrado impresso na fronte do sacerdote, do bispo e do Papa.
Perseguido, expulso, encarcerado, o padre é sempre padre, o bispo é sempre bispo, o Papa é sempre Papa."
(Pe. Júlio Maria de Lombaerde, p.131)
"A Igreja é, deste modo, um poder que venceu o tempo e o espaço, venceu o que é mais difícil de ser vencido, o próprio homem.
Ela, a imortal Igreja, tomou o homem, sob todas as suas formas, civilizações e desenvolvimento intelectual, tomou-o tal qual ele é, com suas aversões, seus rancores, seus ódios e sua teimosia, e transformou-o em outro homem.
O homem pagão se tornou cristão.
O bárbaro recebeu o batismo.
Os nômades fixaram-se em sociedades.
Na hora atual mais de duzentos milhões de homens cercam Pedro, para formar esta grande e harmoniosa unidade que é a Igreja Católica."
(Pe. Júlio Maria de Lombaerde, p.145)
Não há nada nem ninguém nesse mundo que tenha sofrido tanta perseguição e calúnia, bem como Cristo no seu Calvário, como a Igreja Católica e o Papa sofrem detratações nos dias de hoje, as palavras sábias de Pe. Júlio Maria não só nos mostram uma verdade que vai muito além do que pensamos e imaginamos, como nos mostra que durante séculos os católicos têm sido oprimidos por defender a Igreja de Cristo das maiores difamações já vistas, quando na verdade não sedem a elas deixando a Igreja. Mas Pe. Júlio Maria nos mostra que as palavras de Cristo, de que o mal não prevalecerá sobre ela, pois o mundo antigo caiu, o Império Romano caiu, a Idade Média passou e ainda hoje após de mais 2000 anos a Igreja Católica permanece de pé com a graça de Deus, como farol do mundo.
"Os impérios desaparecem. O Vaticano está em pé, firme, inabalável.
[...]
Não sei qual escritor disse:
'A Igreja Católica é uma bigorna que tem gasto todos os martelos.'
É a frase que resume o triunfo da Igreja no mundo.
[...]
Ela é a bigorna de aço.
Batam os martelos: eles se gastam, mas a bigorna fica."
(Pe. Júlio Maria de Lombaerde, p.240)
"É incontestável que nenhum trono no universo produziu tanta sabedoria, ciência e virtude como o trono de São Pedro."
(Pe. Júlio Maria de Lombaerde, p.95)