O suicídio do ocidente

O suicídio do ocidente Jonah Goldberg




Resenhas - O suicídio do ocidente


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Pedro do Contra 20/01/2022

O melhor livro sobre análise política que li em 2021
Sem sombra de dúvida, é um dos melhores livros que atualmente temos traduzido sobre a cultura do Ocidente contemporâneo. Johnah Goldberg é um conservador diferente, digo isso pois ele não guarda rancores do iluminismo, não destaca sentimentos comuns para validar valores tradicionais, muito menos romantiza princípios a fim de dar a eles uma camada de puritanismo religioso. Goldberg é um amante da razão e das capacidades civilizacionais que os humanos engendraram a partir do iluminismo britânico; ele afirma durante o livro todo que as nossas prosperidades não são mera sorte -- ainda que sejam quase um milagre --, são antes frutos de escolhas sensatas, equilibradas e racionais, tendo essas escolhas sido feitas há 3 mil anos, ou há 200. Num momento histórico determinado, sugere o autor, surgiu valores individuais pareados de atitudes corajosas, a emancipação psicológica e a criação de instituições sociais desamarradas do Estado, tudo isso gestou quase tudo aquilo que amamos na civilização ocidental moderna.

A democracia moderna é quase um milagre; não era para acontecer, mas não só aconteceu como foi valorizada, destrinchada e praticada no Ocidente. A liberdade de expressão, culto, pensamento, liberdade feminina e a exclusão da escravidão do hall das possibilidades sociais, tudo isso é fruto de um milagre iluminista, de uma mentalidade que matura no homem há séculos, algo que aconteceu de forma um tanto que desconcertante e que deu muito certo, afinal. Mas tudo isso está sob o risco da derrocada, do enferrujamento, da decadência moral, racional, da degradação romântica.

O livro tem um tempero sensacional, ele versa sobre a derrocada, mas mantém o ânimo para continuarmos subindo; o autor, certas vezes, fala sobre a inevitabilidade da queda, mas sustenta de forma quase apaixonada a necessidade de resistirmos, conscientemente, aos vermes nauseabundos.

Aqui também há um dos ataques mais elaborados e inteligentes ao nacionalismo e ao romantismo (enquanto filosofia), um ataque analítico cuidadoso, que não incute termos prontos como "fascismo", "nazismo", nem cria bichos-papões para assustar universitários brasileiros. Goldberg analisa o nacionalismo através de uma perspectiva de "vacilo romântico", uma tendência grupal natural de aglutinamento e de busca de autoafirmação.

É uma obra necessária. E antes de findar esta breve resenha, ora, que apêndice é esse que escrevestes, Jonah. Santo Deus, que compilado de informações, que pesquisa sensacional.

Em suma, comprem!
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