Bruna 08/06/2021
Difícil explicar o que senti ao ler a história e será mais ainda explicar o motivo da minha nota. Então vou tentar ir por partes o melhor que conseguir, porque sei como é difícil receber críticas e quero tentar ser o mais construtiva possível.
Cheguei aqui pelo ebook estar dentro da categoria LGBT e fiquei após ler a sinopse e descobrir que a história de Amara parecia ter uma premissa muito interessante. Não estava errada. É sobre a busca dela pelo significado desse sonho que ela tem com tanta recorrência, esses sentimentos estranhos que ele traz, e que a acompanham para além da noite, onde ela é um homem e cai/se joga do rochedo que dá nome à história.
No início tinha pensado que Amara, na verdade, não era Amara coisa nenhuma e sim um homem trans, e que a história se desenvolveria ao redor desse entendimento. Depois, fiquei em dúvida, mas nesse momento acredito que não era sobre isso. A identidade da protagonista é, na realidade, apenas uma dúvida que ela mesma levanta em razão das emoções esquisitas que ela sente com sua aparição como homem no sonho. Isso, é claro, é só a minha interpretação, já que a narrativa não te entrega nada na mão, você tem que montar as peças e entendê-la, cheia de simbolismos e subjetividade do jeito que foi montada. Aliás, a narrativa foi um dos pontos mais altos para mim em todo A Canção do Rochedo. Cara, como você escreve bem, meu! Não tive nem escolha, só fui levada por ela mesmo até o fim. Li tão rápido por conta da fluidez e nem percebi, só passou.
Enfim, fiquei confusa. Como cheguei achando que a história trataria de questões transexuais, acabei ficando nem pra lá nem pra cá, esmiuçando os significados na cabeça e tentando chegar a um veredito. E eu odiei toda a parte sexual. Muito. Não achei que fosse ter e odeio ler qualquer coisa com conteúdo sexual, então foi uma surpresa bem triste já que eu realmente não estava esperando. Se você também não gosta, fique avisado.
No mais, foi uma história intrigante, interessante e fluida demais.