Tracinhas 09/06/2020
por Juliana Arruda
Quando Franco apareceu com essa história para que eu pudesse dar um feedback, eu não esperava muita coisa, sabe. Não estava em um período muito legal porque saía de um início de depressão. Precisava de algo que amava fazer, algo que me distraísse, e isso era ler fantasias. Na época “Yamesh” se chamava “Samesh”, e confesso que eu achei o início meio parado até tudo começar a tecer fios que ligavam uma coisa a outra, a criar laços com personagens e estar conectada ao Austin também. A cada página lida, uma surpresa diferente.
Então claro que a experiência de ter lido “Samesh” a primeira vez, foi capaz de me dar forças pra sair do buraco de vez. Foi uma das poucas coisas que conseguiu me fazer se sentir útil em um momento tão complicado. E eu nunca vou deixar de agradecer por ter a oportunidade de ler (e de fazer (um pouquinho de nada) parte disso!)! – Obrigada, Francis! ;)
Então, quando “Yamesh” chegou nas minhas mãos todo prontinho e cheiroso, eu já estava cheia de expectativas, porque sabia que o Franco não brincava em serviço. Quando ele se dedica a fazer algo foda, então pode ter certeza de que vamos ter algo foda.
E logo na primeira página me vi inserida em algo tão bom de se ler, que já estava em Austin (ou o Austin estava em mim?) de novo. E tudo isso por causa da Gnose.
Mas, Julis, o que é isso?
Se tu lê, vai entender – se liga na missão! Hahahahaha!
Digamos que o Austin bate com a cabeça e simplesmente se vê em um corpo parecido com o seu, mas que não é o seu. E que seu nome não é mais Austin, mas Rihu (o melhor guerreiro de Bachinir da sua tribo). Ele está em um lugar totalmente diferente do qual conhece, então, pra ele tudo é esquisito. Tentando encontrar o caminho de volta, Austin passa a viver a vida de Rihu, lutando contra monstros, caçando bichos, lidando com entidades que ele sequer cogitaria que existissem daquela forma.
Essa é a versão resumida (e falida) que posso dizer sobre a história, no entanto, sei que Yamesh não se trata de apenas um cara que simplesmente vai parar em “outro mundo” (no caso, Malehk). Franco cria personagens tão reais, que me pergunto até hoje como ele consegue fazer isso de forma impecável…
Shay, por exemplo, é alguém que eu super quis ser na vida: sabe o que quer e não tem vergonha de dizer o que sente ou deseja. É linda, determinada e não se esconde. E foi por causa dela que consegui me encontrar. Eu no real sou uma pessoa muito calma e paciente, sou divertida, esforçada, tímida e não sou do tipo que fica por aí com gente que eu nem conheço – e, de verdade, esconder essa verdade de mim só vai me anular quem eu sou. E eu não preciso disso. Na verdade eu tenho que ser como a Shay e enaltecer a(s) pessoa(s) maravilhosa(s) que eu tenho dentro de mim (e garanto que nos outros mundos eu sou tão nenê cheirosa quanto sou aqui *alter ego mode on* - olha o que a influencia da Shay faz com as pessoas).
Aprendi MUITO mais com o Austin sobre o termo “posse”. Tudo o que conquistamos um dia não quer dizer que de fato é nosso. Não possuímos nada quando chegamos e com certeza não vamos possuir nada quando formos embora – exceto o que aprendemos em essência/alma/consciência. Pelo menos isso foi uma parte do que captei enquanto lia (e, na verdade, só reforçou o que eu já sentia a respeito, porque sabemos que o mundo em que vivemos ainda deixa essa névoa embaçar o que realmente precisamos ver).
As experiências do Austin com o termo “posse” causou a ele uma ferida que o formou como homem: cheio de inseguranças e incertezas. Ele sabia o que não devia fazer, mas se deixou influenciar. Isso trouxe consequências. Mas ele também tinha ciência do que não queria ser, e sabia o que tinha que ser feito. Eu também tenho algumas cicatrizes de quando criança, e isso não me faz acreditar muito nas pessoas que eu conheço logo de cara, sabe. Demoro muito pra confiar, e, quando confio, confio de verdade. Quando perco a confiança, não consigo confiar de novo – então eu simplesmente deixo pra lá e me afasto. Não preciso alimentar algo negativo dentro de mim.
Assim como as “forças” na história de Yamesh, nós temos as nossas. E não devemos nos deixar levar por algo que não vai nos acrescentar em nada. Só vai te deixar estagnado a drenar energia dos outros, quando tudo devia ser uma troca para nos fazer evoluir, crescer em alma/essência/consciência. (Pelo menos é assim como vejo >.
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