NanyAlvim 02/01/2021
Leitura alucinante e impressionante
O Onipotente trás a história de uma cientista que dedicou anos de sua vida trabalhando em sua pesquisa. Neste tempo, Olívia Moniz descobriu que indústrias brasileiras responsáveis pelo plantio e distribuição de soja, estavam adulterando os grãos em troca de benefício próprio.
?O Onipotente? é ninguém menos que Marco Antônio Teles de Alencastro, um executivo viciado em trabalho e poder, carregando responsabilidades, experiência e prestígio. Marco é, também, um dos sócios do Grupo Futura, a maior indústria de plantio e exportação de soja no país.
Faltam palavras para descrever o quão boa é essa leitura. Durante toda a história, conflitos internos nos faz pensar o quão longe vai o nosso senso de justiça, tentando avaliar o que é certo ou o que é errado.
O Onipotente me fez refletir assuntos tão reais e atuais, e me fez entender o quanto dinheiro, poder e influência pode mudar a vida de alguém. Seja para o bem ou para o mal, para o certo ou errado.
Marco Antônio pagou para crer e carregou o fardo de, talvez, confiar em pessoas erradas.
Olívia apostou alto para concluir algo em que acreditava, com o propósito de ajudar pessoas e enfrentou situações que jamais imaginaria passar.
A história de Marco e Olívia mostra com clareza que nós, seres humanos, somos falhos, por muitas vezes pensando somente em nós mesmos. Que a ambição também pode destruir vidas. Que em qualquer relacionamento, amoroso ou não, pode haver erros, unilateralidade, obsessão e mentiras, mas também pode ser moldado em reciprocidade, amor, companheirismo e lealdade. Marco e Olívia são a prova de que o tempo pode não significar nada a depender das pessoas envolvidas.
A evolução desses personagens é algo surreal. Existe alguma forma de mudar sem perder a essência de quem é? Existe alguma forma de evoluir como ser humano e ainda assim manter características que possam ser julgadas como impróprias? Ou, ainda mesmo, ?regredir? para características da qual nunca imaginou que pudesse ter? Essa leitura nos mostra que sim, é possível.
O Onipotente me trouxe respostas para perguntas que nunca tiveram tanta importância assim. Perguntas que talvez eu nem tenha me feito.
Quem poderá julgar como certo ou errado uma realidade da qual não vive?
Replicando o questionamento da autora: E se fosse com você?