Lindsey 01/09/2024
Nonsense total
Um jogo de palavras completamente nonsense, assim defino esse livro. A história todo mundo já conhece: Alice é uma garotinha que um dia está entediada no jardim quando avista um coelho falante apressado e ao segui-lo por um buraco se vê em um mundo onde nada faz sentido. Tem muitas personagens insanas e vários animais falantes, sendo o mais esperto deles uma lagarta que fuma narguilé e vive em cima de um cogumelo gigante. É uma coisa mais sem noção que a outra, que fica fácil dizer que "a interpretação de tal coisa é alguma outra coisa super profunda" e blá blá blá. Mas tenha a santa paciência. Foi feito para entreter crianças, que acham graça até se você falar "peido" do nada. Mas se quer interpretação, vamos lá para a minha: a história foi inspirada numa criança de verdade (Alice Liddell, de dez anos), então talvez Lewis tivesse querendo dar uma lição de moral na garotinha, já que a personagem fala sem parar, sem filtro algum, chegando até a afastar as pessoas. Além de agir só por impulso, sem pensar nas consequências de seus atos. Também é interessante que ela passa a maior parte do livro tentando ficar maior ou menor de tamanho para se "encaixar" nos lugares, o que talvez Freud explique. A meu ver, isso diz até mais sobre o autor do que sobre a menina, já que reza a lenda que Lewis era apaixonado pela Alice criança real, que rejeitou o pedófilo, o que culminou com o fim da amizade entre o autor e a família dela. Pois é, e isso na época chocou um total de zero pessoas, já que Lewis também era famoso por gostar de desenhar e fotografar garotinhas seminuas. Infelizmente, País das Maravilhas só no papel mesmo. E citando o livro: "Alice achou a coisa toda muito absurda, mas eles pareciam tão sérios que ela não ousou rir e, como não podia pensar em nada para dizer, simplesmente fez uma reverência.".
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