catholiclara_ 26/10/2024
Questionando o heroísmo
Entre os prodígios, existem heróis e vilões. Renegados e Anarquistas. Todos sabem disso. Ou não?
Depois de duas décadas nas mãos de Ace Anarquia, a cidade de Gatlon finalmente encontrou a paz, graças ao Conselho dos Renegados. No entanto, nem todos estão satisfeitos com isso.
Nova Artino, a jovem sobrinha de Ace, cresceu nas sombras dos túneis Anarquistas, após o assassinato de seus pais, a quem os Renegados juraram que iam proteger. O que não aconteceu, e desencadeou o desejo de Nova de vingança e da destruição do Conselho. Então, sob o alter ego de Pesadelo, ela almeja matar o Capitão Cromo, o prodígio indestrutível que lidera o Conselho. E quase atinge seu objetivo, errando somente por centímetros. Assim, sua nova missão é se infiltrar nos Renegados, ser recrutada por alguma equipe e destruí-los lentamente, de dentro para fora.
Adrian Everhart esconde um segredo. Ele é o Sentinela, o misterioso justiceiro que diz fazer parte dos Renegados, mas que não apresenta nenhuma ligação com o Conselho. Por ser filho do Capitão Cromo e do Guardião Terror, Adrian é obviamente um Renegado, mas ainda assim deseja mais justiça. Poder fazer mais pela cidade. Usando seus poderes, Adrian faz tatuagens em si mesmo que dão os poderes do Sentinela. E após um embate com Pesadelo, ele descobre que pode haver mais sobre aquela jovem vilã do que parece.
Certo, como falar do seu livro favorito sem parecer uma fangirl obcecada e irresponsável? Em primeiro lugar, gostaria de registrar que a escrita da Marissa Meyer é singular. No livro, acompanhamos os pontos de vista de ambos os protagonistas (em terceira pessoa, mas ainda assim), o que nos dá visões do lado Anarquista e do lado Renegado da história. O que nos leva ao segundo ponto: o jeito como o mundo não é retratado como um xadrez preto e branco, mas sim um espectro de cinza. Nesse primeiro livro, conseguimos enxergar claramente os objetivos de Nova e de Adrian, Anarquista e Renegado até os ossos, mas as linhas que os separam vão ficando cada vez mais borradas, o que é mais notável ao longo dos próximos livros.
Falando agora dos personagens, são todos tão humanos. Não só os protagonistas, mas também os secundários (como a equipe de Adrian e os outros Anarquistas). É impossível não ser cativado por eles. Bem, exceto pela Geladura. E sou meio suspeita para falar, mas amo o jeito como a Nova é escrita, assim como a introdução do romance entre ela e o Adrian. Eles são um enemies-não-tão-enemies to lovers, graças às identidades secretas que ambos escondem. Nesse primeiro livro, temos somente migalhas, mas são adoráveis. Eu os amo
Enfim, esse é um livro que possui muito pouco reconhecimento, e que deveria ser falado mais. Para todos aqueles que gostam de ação, super-heróis, plot twists, dilemas morais e um pouco de romance, leiam essa trilogia. O tamanho dos livros assusta, mas a leitura é tão gostosa que passa voando. (Sem zoeira, quando li pela primeira vez, devorei os três livros em menos de dois dias. O negócio é bom mesmo.)
Já estou divagando demais, mas tenho certeza que minha opinião sobre Renegados ficou bem clara. 10/10, e pra sempre um lugar no meu coração.
"Afinal, quem não tem medo, não pode ser corajoso."