Hanna Carolina | @mundinhodahanna 06/08/2021Eu estava bem curiosa para conferir esse conto, especialmente porque a própria história de Tarzan mexe com questões ambientais, de certa maneira. Assim como em outros contos, Tarzan aqui é deixado de lado e temos a maior atuação por conta de Jane, representada por Jana Pontes. Jana chama atenção pela representatividade, já que é uma mulher gorda e vegetariana. É incômodo ler todas as situações constrangedoras pelas quais ela passa, pelo simples fato de não se encaixar num padrão que não existe, mas todos a sua volta agem como se só isso importasse.
Além disso, Jana trabalha na Nattú, uma das grandes empresas que levantam a bandeira de produtos cruelty free, com vários ativistas parceiros. Uma dessas parceiras era a MaquiAmanda, uma blogueira famosa que estava desenvolvendo uma linha de maquiagens. A responsabilidade de Jana por essa linha de maquiagens era tanta, que ela fazia muitas horas extras para cumprir o prazo. E foi numa dessas horas extras que Jana descobriu um podre da empresa que tanto presava. E aí fica a questão: Jana deveria denunciar o que estava de errado? Ou apenas fazer vista grossa e seguir sua vida?
Jana sempre defendeu os seus princípios e, agora, sabendo que estava trabalhando em algo que fugia deles, era um pesadelo. Assim, ela acaba buscando apoio, e vai acabar encontrando o Tarzan, que aqui é representado por João Cleiton. A parceria acaba funcionando bem em alguns pontos, mas em outros me deixou incomodada, por sentir falta de algumas peças.
Apesar de faltar peças nesse quesito, a narrativa é bastante detalhada, o que também me incomodou em dado momento, já que algumas cenas poderiam ter sido reduzidas em poucos parágrafos e não teria impacto no resultado final. O final é previsível, mas satisfatório. E gostei da premissa sobre o quanto devemos pesquisar sobre as empresas das quais compramos os produtos, ainda mais agora, que as informações são mais fáceis de conseguir.
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