Suerllen 24/12/2020Uma coisa a geração dos anos 80 tinha: Personalidade!O que falar do Brasil dos anos 80? A década que tudo fervilhou, tudo aconteceu, musicalmente e, principalmente, socialmente.
Fim da ditadura militar, redemocratização, voto direto... Tudo isso no curto intervalo de tempo de 10 anos.
A Juventude foi às ruas em todo o Brasil, queria ser ouvida e enxergada. Paralelamente, nada mais natural, do que um gênero musical que refletisse tudo o que estava acontecendo no país. Algo que o jovem ouvisse e se identificasse de imediato, esse foi o tão aclamado, Rock dos anos 80.
Partindo desta premissa, o autor Ricardo Alexandre (@ralexandredb) faz o perfeito paralelo entre música e sociedade, destrinchando todas as nuances presentes na famigerada “Geração Coca-Cola”, como bem cantou, Renato Russo.
Se em “Cheguei bem a tempo de ver o palco desabar”, o autor relata tudo do ponto de vista de quem viveu a cena lado a lado enquanto jornalista, em “Dias de Luta” ele está do lado de cá da multidão, era jovem em plena década de 80.
Com um trabalho de pesquisa primoroso, a cena musical da época é apresentada desde o Punk, que serviu como uma espécie de “aquecimento” para o que estava por vir, até o funk - hip hop – metal, que durante um tempo, com o declínio das principais bandas de rock, serviram como porta-vozes dos anseios da juventude.
Os personagens e eventos listados são diversos! Tem muita coisa sobre picuinhas entre MPB e Rock Brazuca; os fenômenos que surgiram durante este período e que, infelizmente, também desapareceram rapidamente; além claro, dos protagonistas da cena, que deram nome e relevância ao movimento. Só para sentir o peso do elenco (Blitz, Júlio Barroso, Cazuza, Lobão, Lulu Santos, Kid Abelha, Legião Urbana, Barão Vermelho, Ritche, Rita Lee, RPM, Titãs, Paralamas, Capital Inicial, Engenheiros do Hawaii e muito mais!) citei alguns nomes apenas para enfatizar a completude da obra, e sua pertinência quanto ao assunto.
Se você foi jovem nos anos 80, deve conhecer muitas das histórias contadas no livro, então funciona como uma espécie de nostalgia. Porém, se for como eu, nascido após todo esse movimento, é uma oportunidade de ouro para conhecer um pouco mais a fundo, o fantástico movimento do Rock Brasil na turbulenta década de 80. Recomendo demais! Correspondeu com todas as minhas expectativas!