@jaquepoesia 18/09/2023
Esse livro é um manifesto contra todas as estruturas que favorecem a desigualdade econômica, racial e de gênero.Esse livro é uma denúncia contra os ataques machistas que nós mulheres temos de enfrentar diariamente. Esse livro é sobre não ignorarmos a violência política que aconteceu e ainda acontece com as autoras desta obra, pois o que elas enfrentam é um reflexo do que eu e você enfrentamos diariamente.
Mesmo que não sejamos políticas/pessoas públicas, suportamos lutas muito parecidas e iguais em desrespeito.
Por isso esse é um livro para todas nós, Marielles, Brunas, Jandiras, Manuelas, Sonias, Beneditas, Isas... mulheres! As denúncias aqui registradas fazem deste livro um convinte ao enfrentamento a esse sistema que humilha, hostiliza e agride mulheres.
Sim, a violência política de gênero existe!
Saliento aqui alguns importantes trechos da obra:
• O Brasil é o país que mais mata mulheres trans e travestis no mundo.
• O machismo e a misoginia presentes na sociedade são os mesmos que atuam na esfera política. Nas casas legislativas e no Executivo, eles se manifestam quando somos interrompidas, quando nossos argumentos são menosprezados numa discussão, quando somos preteridas para assumir cadeiras em comissões importantes, quando somos impedidas de exercer o mandato para o qual fomos eleitas. Para além de ser um efeito nefasto do machismo, da misoginia e do patriarcado, a violência política de gênero se configura em um ataque direto à democracia. Não existe democracia sem a representação de todos os grupos sociais nos espaços de poder e decisão. Não existe democracia sem a participação das mulheres e de toda a sua diversidade: mulheres negras, indígenas, mulheres trans, mulheres com deficiência, mulheres mães solo, mulheres imigrantes, mulheres trabalhadoras, mulheres do campo, mulheres faveladas– enfim, mulheres em todas as suas mulheridades. Mas por que a nossa presença incomoda tanto?
• O modo como um assédio é percebido, é até mesmo se é percebido, depende, primeiramente, do produto daquilo que chamamos marcadores de interseccionalidade: identidade de gênero, cor de pele, local de origem, classe social e identidade política.