spoiler visualizarBarbara.Borges 09/09/2020
Um ponto de partida
Eu gostei demais, pode ser a animação de estar lendo o primeiro livro que aborda não-monogamia, mas eu adorei poder ler histórias fictícias que poderiam muito bem acontecer, mas das quais eu nunca ouço e, ao mesmo tempo, ter acesso a uma contextualização feita com muito cuidado.
Tendo dito isso, não posso deixar de observar a necessidade de estabelecer um novo limite. O livro escolhe não excluir a monogamia, mas insiste em dar a leve ideia de que a nova máxima seria três; chega a comentar o porquê de uma quarta pessoa ser excessiva, mas nesse caso não estaríamos apenas fazendo uma releitura de um mesmo velho tabu?
Gostei do apelo sexual da primeira história, gostei da jovialidade e adorei aprender mais sobre a contracultura e como ela deu início/impulso aos movimentos sociais como vemos eles hoje, as semelhanças e diferenças, mas deus, eu odiei o protagonista. Outra coisa que me incomodou, mas pode ser uma questão de época, é a diferença de idade, que importa se é legalmente autorizado uma pessoa de 20 anos, uma de 18 e outra de 17 anos estarem em um relacionamento? É esquisitíssimo, como se não bastasse, depois disso a menina de 17 acaba se relacionando com uma mulher de 30? Deus.
Já a segunda todos os relacionamentos são entre adultos, só isso já tornaria a história muitíssimo mais confortável de ler do que a anterior, mas ela é impecável. Ela abordou a bissexualidade de homens, um relacionamento que se desenvolveu de forma gradual e natural, com muita conversa, despedidas e reencontros, os anseios dos personagens, tudo isso de forma muito romântica. Senti como se fosse um filme em minha cabeça, como se eu também pudesse ver através da mesma janela que Mara. Nenhuma palavra pode descrever o misto de emoções que foi ler esse livro.