Arthur 23/03/2023
Vivendo o luto
Me parece algo confirmado (não sou especialista) que o luto é um período vivido em fases. No entanto, a impressão que tenho é que a experiência na vivência dessas fases do luto é algo bastante pessoal, embora pareçam existir formas de contribuir para que o processo seja vivido da melhor forma.
Dito isso, testemunhamos aqui o processo do luto de Chimamanda ao perder o pai, em meio a fase mais crítica do isolamento em função da pandemia de COVID-19 e atravessada por todas as questões afetivas, geográficas, históricas, culturais, sociais, econômicas e políticas que atravessam as suas relações familiares.
Não tenho muito a acrescentar sobre o processo dela, que é dela. Gostaria apenas de mencionar a escrita. Primeiro, durante um processo de dor, escrever pode ser uma boa forma de dar vazão às emoções. Já recebi esse conselho durante processo de terapia. Segundo que, ok, sabemos do peso e da dor que o luto carrega e percebemos o sofrimento da autora, mas é impossível destacar que ela consegue demonstrar no texto toda a ternura que envolvia a sua relação com o pai, tirando o peso da escrita, por mais que o tema seja pesado.