Talita 29/06/2021
Ler Chimamanda é sempre uma boa ideia.
Às vezes, a morte de alguém querido chega em nossas vidas como um furacão que apareceu sem aviso prévio. Não há escapatória, não dá tempo correr, fugir, procurar outro abrigo. Aos sobreviventes, resta apenas lidar com os danos causados.
Este livro me ajudou muito a viver esse momento. Não porque tenha qualquer tipo de resposta ou fórmula mágica para atravessar o luto.
E, sim, porque Chimamanda se permite falar do assunto de forma humana, aberta, trazendo impressões e sentimentos ao invés de soluções. Sangrando a dor de uma filha que perdeu seu pai amado.
A voz de uma mulher tão forte falando sobre a morte do pai com tanta vulnerabilidade e humanidade, nos faz entender que tá tudo bem não saber lidar tão bem com a morte, que é um processo.
Eu mal comecei a ler e já afirmei: que livro!
Achava que ia conseguir ler em uma sentada. Mas não deu.
Fui lendo em doses homeopáticas. Virou minha leitura de banheiro, de almoço, companhia de recepção de consultório médico e dos minutinhos antes de dormir.
Eu, certamente, em outros tempos, usaria a desculpa do acúmulo de tarefas do mestrado pela demora para concluir o livro. Mas a verdade é que eu precisava viver as minhas própria tristezas enquanto o livro estava fechado.
Recomendo a todos, especialmente para aqueles que estão convivendo com a dor de perder alguém amado. É uma leitura de minutos. E ler Chimamanda é sempre uma boa ideia.