Maremoto

Maremoto Eduardo Leite




Resenhas - Maremoto


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vitor mussi 06/07/2021

Um maremoto de emoções
O título da resenha ficará mais claro ao decorrer da leitura, por enquanto irei focar apenas nos pormenores do livro, esses que basicamente fazem de um livro uma obra prima nacional. 

Não sou um crítico renomado que leu mais de 10 mil livros, mas gostaria de começar com um fato curioso e pouco conhecido sobre a literatura: geralmente, quando um autor usa metáforas de água, ele está se referindo à mudança. Clarice Lispector é uma das muitas que fez uso desse truque em seus livros, um exemplo claro seria Perto do Coração Selvagem, livro de estreia da autora. No mesmo, tudo de importante acontece com água por perto, independente da forma em que ela se apresente. Em um momento a personagem está tendo uma grande epifania e há uma goteira na parede, no outro, o pai dela acaba de falecer e ela está correndo pela praia se desidratando de tanto chorar. 

?Tá, mas o que isso tem a ver com Maremoto??, você me pergunta. É simples: há, de uma certa forma, uma falta de água. O protagonista está constantemente comentando sobre como sente falta do mar e da praia. Caso ainda não tenha ficado claro, então aqui vai da maneira mais simplificada possível: água costuma representar mudança, mas nada muda durante um bom tempo já que o personagem está preso em um apartamento. O personagem sente falta do mar, o personagem sente falta da água do mar, o personagem sente falta da mudança. Ele construiu um castelo de expectativas ao fugir de sua cidade do interior para uma metrópole movimentada. Pensou que seus dias seriam cheios de experiências novas, cheios de diferentes epifanias. Aposto que até se imaginou correndo pelas ruas sobre as luzes neon que nem a Lorde no clipe de Green Light, mas só recebeu monotonia e várias frustrações.

A partir disso, acredito que já seja possível começar a observar detalhes menores como as mudanças bruscas de humor do personagem e o excesso de banhos. Eu sei, eu sei, eu acabei de dizer que existe uma falta de água e agora estou dizendo que existe um excesso de banhos, mas deixe-me esclarecer as coisas para que não caia em contradição: a água a qual me refiro é aquela que vem sem a intenção precipitada da mudança. O personagem toma diferentes banhos na intenção de se limpar de um cheiro ruim que sente, toma outros na intenção de diminuir a probabilidade de ter se contaminado, e toma alguns outros querendo simular a água do oceano. Está vendo? A água que aparece é premeditada, não natural. Ela não vem porque uma grande mudança está acontecendo, pelo contrário, ela vem porque o personagem está desesperado por alguma mudança. Além da água do chuveiro, há também a água da pia e a água sanitária, essas ele usa para limpar suas mãos e todos produtos e alimentos que compra. De novo, caímos naquela mesma conclusão: é uma água desesperada, até mesmo artificial se você considerar o fato de que a água sanitária é um produto químico. Ela não está ali para representar a mudança, mas sim a falta dela. 

Agora, quanto às mudanças bruscas de humor e fases, também é simples de entender: ele está desesperado para sentir algo novo, está cansado de ficar preso em seu apartamento, por isso cria obsessões diferentes a cada capítulo. Em um, fala sobre sua obsessão com faxinar a casa, no outro, já cansou de limpar a casa e agora está viciado em conversar com homens por aplicativos de encontros na tentativa de suprir a carência que sente.

O que carrega o personagem durante todo o livro, fora outras coisas menores, é basicamente a vontade de mudança ou a aceitação niilista de que não haverá mudança alguma e que o mundo está condenado.

Em geral, é um ótimo livro, um círculo completo e sem rebarbas. A escrita me lembra muito da escrita de ensaístas como Susan Sontag e Joan Didion, isso porque a escrita de ambas não possui picos e vales, é direta e extremamente afiada.
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laumora_ 19/03/2022

Pandemia, risadas, insegurança, fanfic, dor e amor.
Livro de sensibilidade gigantesca! Em um pouco antes da metade da leitura, confesso que fiquei meio entediada por sentir que rolava muita repetição, porém foi a exata sensação da pandemia, esse vai e vem constante em que no final nos vemos no mesmo lugar, sabe?!
Por isso pensei em diminuir a minha pontuação, mas a representação da sensação de estar preso em casa em meio a incertezas foi feita com exatidão.

Não alcançou 5 estrelas pelo epílogo que pareceu uma fanfic do wattpad, infelizmente; se tivesse terminado sem ele, o último capítulo seria o grand finale total!

Ótima leitura, acredito que têm potencial para virar uma alusão à pandemia de reconhecimento nacional no futuro.
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maria clara 26/12/2021

gostei muito!! fiquei agoniada lendo em muitas partes, com as atitudes do protagonista e a forma q ele pensava.
e ameeei a escrita
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dan 04/10/2021

um tanto frustrante
é muito delicado falar sobre a pandemia e a quarentena, temos vivências, pontos de vista e acontecimentos diferentes conforme conhecemos o que se passou na cabeça de quem viveu tudo isso. o ponto principal do livro foi muito bem desenvolvido, a sanidade mental do protagonista e a falta dela, foi bem trabalhado, imersivo, a escrita e a forma de contar sobre as coisas que aconteceram me fez sentir como se estivesse junto com o personagem vivendo sua tragetoria em meio a uma pandemia, porém teve algumas coisas impossíveis de não serem notadas que acabaram estragando minha experiência com o livro. eu não sou o público alvo desse livro, o protagonista é uma pessoa com muitos privilégios e que conseguiu se bancar e bancar suas obsessões, dinheiro em nenhum momento foi um problema pra ele e teve ate situações em que ele se achava no direito de julgar pessoas que estavam vivendo no automático pois não tinham o mesmo privilégio que ele para se trancar em casa e não passar fome. portanto o que define muito essa leitura pra mim é que o protagonista facilmente poderia ter pago uma terapia pra ele lidar com a pandemia e a quarentena...
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Carol Vidal 16/08/2021

Leitura recomendadíssima
Uma história potente que te envolve do início ao fim! A escrita de Edu é muito segura e te guia de forma muito competente pela jornada (especialmente interna) do protagonista. Excelente leitura!
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Chiara 28/11/2022

O título não poderia ser outro.
O enredo é interessante e se baseia em um fato que precisava ser registrado. Se alguém, futuramente lhe questionar de como foi a pandemia mostre a essa pessoa o livro Maremoto, ele traz bem as nuances da loucura que foi a pandemia, tanto as simples quanto as extremas.

Gostei da escrita do autor, porém em certos momentos achei repetitivo e pensei que poderia ter menos páginas do que tem. Apesar disso, eu comemorei bastante quando o personagem principal foi melhorando, a partir do capítulo 17, e, principalmente, quando de fato voltou a ser feliz.

O capítulo 19 e o epílogo foram um afago no meu coração ao mesmo tempo em que me trouxeram bastante emoção diante do relacionamento à distância que vivo.
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Luizaaa 26/03/2022

Reflexivo
Lendo esse livro, me senti menos louca, menos estranha; o autor se refere ao momento de pandemia, o que ele passou e como foi viver toda essa experiência.

Acontece sim, coisas meio malucas que você pensa: é possível? Mas depois vai se entrelaçando com a história e fica toda boba nos últimos capítulos/epílogo.

Confesso que quase abandonei porque o início era muito parado e sem sentido, pelo menos para mim, mas quando voltei - por, estritamente, curiosidade -, me envolvi demais com tudo e o epílogo foi meu xodó.

Recomendo a leitura, mas por uma questão de aceitação(?) ao período pandêmico em que foi difícil para todos nós.
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Marcelo Costa 29/06/2021

É um romance que conta a história de uma rapaz que se muda de sua cidade para viver outra. e se confronta com diversos sentimentos de insegurança perante um momento novo, no qual o mundo está enfrentando a pandemia. Achei interessante a dinâmica da história.
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Luísa 07/03/2022

Sentimentos ambíguos, hein?
Eu tenho tantas coisas pra falar sobre esse livro! Eu comecei amando muito, achando de uma sensibilidade e ao mesmo tempo crueza gigantescas a forma como o Edu construiu essa narrativa pandêmica sob a ótima do isolamento, do medo e da solidão. O Edu de fato escreve bem demais e me fez sentir novamente o que eu senti em momentos do auge da pandemia, colocando em palavras e em situações ficcionais aquilo que passou pela minha vida ou pela minha cabeça, já que, assim como o protagonista dessa história, o isolamento social também me levou à loucura rs.

Porém, senti que, na medida em que as páginas iam avançando, a história permanecia no mesmo lugar, o que me gerou sentimentos ambíguos, porque, ao mesmo tempo que achei que a monotonia da narrativa funcionou como metalinguagem já que a vida em isolamento em si foi monótona, acabei perdendo o encanto pela leitura. No futuro, pessoas que não viveram, em fase adulta, o isolamento social, vão poder ler Maremoto e sentir um pouco do que nós sentimos, mas, para mim, que vivi recente esse momento, o livro acabou ficando cansativo.

Por fim, preciso dizer que eu estava amando o final!! No final da história, eu voltei a me encantar pela leitura, mas aí virei uma página e... o livro não tinha acabado (aaah!). Edu, por que me mataste? Hahah tava tão bom sem o epílogo :(, achei que o epílogo enfraqueceu muito a história, tornou a coisa meio sessão da tarde rs, e é por isso que não consegui dar 4 estrelas pra Maremoto, precisei tirar essa meia estrela por conta do epílogo, além de uma estrela tirada pelo cansaço que a leitura me gerou.

Mas NO FIM DAS CONTAS, o Edu é incrível, esse livro é ótimo e tô ansiosa pelos próximos dele. Fim.
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estantesdalari 25/08/2021

esse foi o livro que peguei pra ler no dia que chegou a notícia de que poderia me vacinar no dia seguinte, eu "demorei" a terminar essa história pois em alguns vários momentos eu me peguei completamente imersa no que acontecia com o personagem principal.

eu quero aqui agradecer o Eduardo por esse livro (e também por Poemas de Isolamento que eu li antes), ele foi muito importante pra mim nesse momento e tenho certeza que nunca vou me esquecer dele.
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agata52 28/01/2022

Chato
Minha nossa como achei esse enredo chatissimo, simplesmente nada de novo, nada que todo mundo já não tivesse acompanhado nesses 2 anos de pandemia, pegou um a história pronta e jogou um personagem fictício insuportável dentro. Bem arrasta a escrita, foi muito maçante. No início achei q ia gostar até marquei algumas coisas, mas no fim não foi pra mim.
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Lívia 19/02/2022

Gostei muito do livro. É um pouco angustiantes ver como o protagonista vai se decolando da realidade.
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Bi.Pavoni 27/12/2023

Bom... Mas chato ao mesmo tempo.
A pandemia foi chato para todos de algum modo.

Este livro faz com que vc se lembre e recorde de algumas situações em que viveu.

Clara que a história do livro o personagem surta muito. Eu tbm passei a pandemia sozinha, mas não cheguei a pirar na batatinha.

Gostei da leitura apesar do personagem ser muito chato, mas acho que faz parte ele ser chato. Quem não ficou de algum modo chato na pandemia?!!!
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Carol @solemgemeos15 25/02/2022

Um rapaz gay se muda de cidade para viver novos ares, mas sua vida [e a do resto mundo] acaba tomando outro rumo, devido a pandemia do Covid-19 que tomou início em 2020.
Sozinho em um pequeno apartamento, longe de familiares e amigos, ele precisa lidar com o medo crescendo, o isolamento e as notícias avassaladoras de mortes a mil.
Pontos positivos:
1 é muito perceptível a situação emocional abalada do protagonista, conforme a os meses passam e as coisas não parecem realmente melhorar;
2 por mais que não seja, necessariamente, próximo a minha experiência no início da pandemia, é interessante ver algumas coisas sendo comuns do que foi mencionado por várias pessoas: as compras online desenfreadas, a obsessão por hobbies e afazeres; a limpeza obsessiva;
3 o epílogo deu uma leveza no livro, mostrando que ele precisava de pessoas que ama ao seu lado e que é necessário aprender a viver novamente.
Pontos negativos:
1 por mais que entendemos que o protagonista está passando por coisas sozinho e é passível de erros, ele usando as roupas antigas da falecida vizinha e ele jogando coisas pela janela do seu apartamento são comportamentos inescusáveis;
2 a passagem de capítulos as vezes é muito brusca e nem sempre recebemos informações posteriores sobre algo que acontece [por exemplo: a mãe do protagonista].
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