lulunobarro 03/01/2023
Um conto baseado em ANAVITORIA
"Não sinto tua falta
Não sinto falta do teu cheiro
De perfume importado
Que exportou de mim
Não sinto falta do teu R puxado
Nem do teu beijo, gosto de dente
Que morde coração envenenado
Não sinto tua falta, não sinto
Nem lembro de você
Nem da tua respiração ofegante
Eu não sinto falta, eu sinto ânsia
Distância
Do teu signo-preto
Do teu silêncio-grito
Sinto ânsia e a provoco
Enfio os meus dez dedos na garganta
Pra ver se vomito teu ser
Da minha alma
Quando eu te deixar
Vou levar papel em branco
Espalhar por cada canto
Um barco de papel
Eu tô perdida num mar
De ondas suas
E remo sem destino
Esse barco de papel
Mas, ora, você partiu antes de mim
Nem me deixou barco frágil
P'reu me salvar do naufrágio
Que foi te dar meu coração
Por isso canto todo o poema em ode sua
E recorto em dobraduras
Mais um barco de papel
Para nós"
Muitas vezes é preciso deixar, deixar o barquinho seguir em frente, é preciso entender que não houve reciprocidade e ela sabia que não podia deixar todo aquele tsunami se tornar o que levou os dois para frente.
"Foi quando me dei conta que o que me deixava feliz nao era ser namorada dele, era ser seu alvo de veneração. Enquanto o que sentia por ele era gratidão o que ele tinha por mim era idolatria."
Ela sabia que ele fazia ela bem, era tudo o que ela precisava naquele momento mas a verdade é que ela só queria alguém pra tampar o buraco que alguém deixou, precisava sentir que tinha alguém junto com ela, precisava ser venerada, idolatrada fazia ela se sentir mais viva, mas ate que ponto fazer parte de um amor não reciproco é dar mais vida para a vida????