@apilhadathay 21/04/2013
Superou expectativas.
ROSSI, Marcelo. Ágape. São Paulo: Globo, 2010.125 p.
Com prefácio de Gabriel Chalita, o Padre Marcelo reflete sobre trechos do Evangelho de São João e nos convida a pensar e orar em conjunto. "Ágape" é definida como a refeição promovida pelos primitivos cristãos a fim de celebrar o rito eucarístico. Rito que fazia comungar os ricos e os pobres sobre amizade, caridade, amor. Em ÁGAPE, da Editora Globo, Rossi trabalha o conceito e evolui com ele: Ágape, O Amor Divino - o amor em sua forma mais pura e real. Com palavras joviais, aproximando-se de todos os públicos, o livro nos proporciona reflexão e enlevamento, trazendo preceitos do Catolicismo para os milhões de brasileiros que ele já cativou pelas mídias.
O livro Ágape, de autoria do Padre Marcelo Rossi, pubicado pela Editora Globo, foi uma agradável leitura para os últimos dias turbulentos. Li-o por empréstimo de uma amiga [que está lendo o meu A CABANA agora], e fui feliz do começo ao fim: porque ele é doce, com palavras honestas, passagens do Evangelho de São João e profundas reflexões sobre a forma mais pura e divina do amor, o Ágape.
Confesso que jamais entendi o sentido dessa palavra, e o livro do padre Marcelo foi uma forma deliciosa de compreendê-lo. Emocionei-me com as histórias de vida que se encaixavam perfeitamente no contexto das reflexões e passagens de São João - como o óleo de Lorenzo; e com os exemplos de vida de quem empregou o ágape como filosofia de vida: pessoas admiráveis, praticantes do amor e da caridade, da entrega e do Bem - como Madre Tereza de Calcutá, Nelson Mandela, Zilda Arns.
"Ela não é Deus, não é deusa, não tem o poder de trazer vida ao que falta, mas é a mãe do Filho de Deus, é a intercessora junto ao Mediador. O vinho é apenas uma metáfora do que 'falta'. Maria sabe o que nos falta. E intercede por nós." [p. 39]
Fui profundamente tocada pela forma como ele fala de Nossa Senhora, no capítulo 2 - e quem me conhece sabe como falar da Mãe mexe comigo, não importa o que qualquer língua rebelde diga. Ela é a Mãe perfeita, zelosa; é minha e nossa - até de quem não acredita no poder de Sua intercessão. A maior incentivadora de Jesus em seu primeiro milagre - não com insistência, mas com paciência e carinho, observando as necessidades de todos os seus filhos, nas bodas de Caná.
"... não é o ódio que tem o poder de combater o ódio, mas o amor." [p. 45]
O livro fala da relevância da partilha do pão, e do ato de perdoar - no lugar de julgar, convenientemente omitindo suas próprias falhas; a valia dos pastores de homens, médicos, professores - aqueles que guiam 'rebanhos'; ele fala com delicadeza, através da citação da ressurreição de Lázaro, como devemos encarar com serenidade a perda de pessoas queridas. É normal sentir saudade, mas não tristeza por quem está de pé na presença de Deus.
"E os pecados que só a consciência conhece? (...) E quantos são os que acusam enquanto escondem a própria podridão." [p. 59]
Em suma, é um livro abençoado - não à toa conhecido como o milagre da leitura, porque vejo muitos jovens lendo e comentando. E quando os jovens param para ler - algo anda muito certo! Uma ótima oportunidade de ser apresentado à noção de ágape, com passagens firmes e muitos exemplos de vida. Nota máxima, do Prefácio de Chalita à última página!