Catarina 28/10/2021Pindorama e as sequelas da colonizaçãoSabia que o Brasil já foi chamado de Pindorama? Pois é, em tupi-guarani, Pindorama significava a terra das palmeiras, acontece que quando os colonizadores chegaram aqui pouco se importaram e acabaram eles mesmos definindo o nome do nosso país. Aliás, não pense que Brasil foi um nome escolhido por acaso, eles tiraram esse nome da madeira que tanto roubaram por aqui, o pau-brasil.
Sabe, comecei essa resenha falando das nossas raízes para você perceber o quanto nós fomos
roubados e diminuídos. O ciclo da humilhação é alicerçado na “nadificação”, ou seja, o colonizador transforma o colonizado em nada. A língua, a religião, os costumes e qualquer outra coisa que remeta ao indivíduo se transforma em nada, o que vale, o que se torna importante é aquilo que o colonizador possui. A colonização nada mais é o sequestro de tudo aquilo que caracteriza o indivíduo.
“Colocar nomes estrangeiros em nossas aldeias, nossas cidades e nossos continentes é equivalente a submeter nossas identidades à vontade de nossos invasores e seus herdeiros.”
O complexo de vira-lata existe porque têm alguém poderoso por trás sustentando a narrativa. Se tem alguém humilhando e explorando, obviamente, vai existir alguém sendo explorado e humilhado. E é um ciclo vicioso, parece que não muda nunca.
“O complexo de vira-lata” foi um dos livros mais interessantes que li esse ano, a escrita é um pouquinho densa, mas te garanto que vale muito a pena ler. Se tem um livro que eu recomendo que você leia urgentemente é esse aqui.