Annalisa 20/07/2024De Sangue e Cinzas*Resenha respostada da versão em inglês*
Um milhão de pessoas haviam me recomendado a leitura desse livro, e antes de começar eu realmente não entendia qual era o hype todo sobre a história, mas senhoras e senhores: Agora são um milhão + 1 pessoa indicando esse livro. Sério! É uma história de tirar o fôlego, eu não conseguia largar o livro em momento nenhum, a história é realmente boa, mas acredito eu, o que realmente envolve essa horda de leitores é a escrita da autora, é como se ela te hipnotizasse e você não consegue parar, mesmo que queira, o livro te chama.
A sinopse em si é de cair o queixo, promete guerras, traições, intrigas políticas e religiosas, um amor proibido e com certeza segredos de arrepiar os mortos. Basicamente um livro completo. Iniciei o livro esperando um pouco de Game of Thrones + Corte de Espinhos e Rosas, e quando percebi no final estava no meio de Vampire Diaries hahaha Surpreendente de todas as formas
Penellaphe, ou mais conhecida como Poppy, é aquele tipo de mocinha que dá orgulho, é corajosa, determinada, destemida, forte de maneira surpreendentes e não deixa que as barreiras impostas sobre elas a impeçam de tomar suas próprias decisões (mas ainda dentro do limite de seus conhecimentos). Desde que se lembra Poppy é conhecida como A Donzela, a Intocada, a Prometida dos Deuses e ela aguarda ansiosamente por sua Ascensão aos Deuses e assim ajudar a salvar todos de seu reino, mesmo sem ela fazer ideia do que significa isso. Claramente muuuuuuuitas coisa são escondidas de Poppy e ela foi criada e protegida dentro de um "ignorância" de informações, nada é permitido, tudo é indigno da Donzela. Poppy sofre de traumas terríveis de seu passado e não tem uma real perspectiva de seu futuro. E claro, temos o clichêzasso do livro: TUDO muda quando ela conhece Hawke, um dos guardas do castelo. Ele a faz querer questionar tudo e todos, a faz querer quebrar suas barreiras e descobrir o verdadeiro significado de viver, e não mais apenas sobreviver;
Aaaaaaaaaaah, Hawke que homem! Que personagem! Extremamente sedutor e bem construído. Da mesma forma que Poppy colocou os olhos nele e não conseguiu mais desviar, nós leitores também não vamos conseguir largar mais. Hawke é tudo o que um personagem masculino deve ser: Poderoso, protetor, sexy sem ser vulgar haha, compassivo, inteligente, e muitos outros adjetivos. E além disso ele tem aquela tênue linha entre mocinho e vilão que nós faz cada vez querer descobrir mais sobre ele e entender seus pensamentos, as ações e comportamento dele nos arrebatam durante o livro. Ele tem aquele tcham que parece fazer tudo mudar ao redor, como se tanto Poppy, quanto as outras personagens entendessem que ele é único e deve ser valorizado. Suas ações e escolhas são moldadas em seu passado, ele carrega um grande fardo, sentimentos como raiva, tristeza, arrependimento, culpa estão pairando o tempo todo sobre ele. Ele chega a ser cruel em certos pontos, mas isso não o faz ser menos intenso, e depois descobrimos quem ele realmente é e seus atos são então justificados.
Mas para mim, o melhor de tudo mesmo é a relação que está sendo iniciada entre os dois. Poppy nunca foi frágil, ela é capaz de se proteger sozinha sem depender de ninguém, ela é uma guerreira, forte e determinada. E Hawke descobre e entende isso! Ele não é daquele tipo de macho escroto que vê a mulher apenas com uma bonequinha a ser bajulada e guardada. Ele descobre quem Poppy é de verdade por baixo da máscara da Donzela, e ele incentiva ela! Ao mesmo tempo que ele é protetor e carinhoso, ele também sabe que Poppy precisa da sua zona de liberdade, de autoconhecimento e segurança. Ele sabe que ela precisa se sentir capaz e segura ao mesmo tempo, e ele dá estrutura para que isso ocorra. A cada página vemos essa relação dos dois crescer e se intensificar, em algumas partes a tensão entre eles é palpável.
É uma relação clichê de gato e rato, o tão conhecido enemies to lovers que a gente ama tanto, mas ao contrário do que acabamos vendo em alguns livros, onde a menina sonsa e boba só se sente feliz e satisfeita quando o mocinho aparece para salvar o dia, Poppy é capaz de se salvar sozinha, ela já é completa e perfeita, e assume sua personalidade e escolhas, ela é inteligente, perspicaz e audaciosa, por mais que muitas coisas foram escondidas dela, não é boba. E Hawke não aparece em um cavalo branco para salvar o dia, mas sim para virar a vida dela do avesso com as verdades que vieram com ele. Ao descobrir que sua vida é uma mentira, Popy trata tudo com muita sinceridade e realismo, ela não surta, mas sim tenta tirar proveito a seu favor da nova realidade apresentada.
Poppy e Hawke são aquele casal que aquece nosso coração, estou apenas no começo da construção desse relacionamento e já tenho certeza que eles entraram para meu top casais favoritos. A interação entre eles é perfeita, nosso coração chega a palpitar junto com os deles, é muito mais que uma troca de corpos, você percebe que é uma troca de almas. Mesmo que eles ainda não percebem (ou ainda não assumam), eles precisam um do outro. No passado dos dois tem muita dor e sofrimento, e feridas ainda abertas, é no apoio mútuo, na troca de confidencias, na construção dessa relação pautada na grande verdade que eles compartilham que irão aprender a amar, perdoar e se salvar juntos.
E por último, preciso também comentar sobre o mundo fantástico que a autora criou: a cultura, os personagens, os reinos, religiões, os lugares, nomes, cidades... A história que ela conta não está somente no presente, ela é pautada no passado. Um passado tão complexo e corpulento que as histórias se emaranham, e você se vê presa em uma teia de informações. No começo é um pouco difícil acompanhar a troca de nomes, lugares e pessoas, mas as páginas vão passando e quando perceber vai parecer que você sempre soube de tudo sobre o passado e isso ajuda a entender o presente que está senso apresentado.
Todo o ritmo do livro é bem leve, os grandes acontecimentos e revelações ficam mais para o final mesmo, e tem tantas surpresas reveladas que a gente se pega sem reação, e depois começamos a entender o que de verdade está acontecendo, e porque determinadas coisas aconteceram da forma que aconteceram. Predestinação, talvez?
“O medo e a bravura costumam ser a mesma coisa. Isso o torna um guerreiro ou um covarde. A única diferença é a pessoa em que reside"
“A morte é como um velho amigo que faz uma visita, às vezes quando é menos esperado e outras vezes quando você está esperando por ela. Não é a primeira nem a última vez que ela fará uma visita, mas isso não torna nenhuma morte menos dura ou implacável. "
“Com minha espada e com minha vida, eu juro mantê-la segura, Penellaphe,” ele falou, a voz profunda e suave, me lembrando de um chocolate rico e decadente. "Deste momento até o último momento, eu sou seu."