Lucas Canabarro 12/09/2020
Eu comecei lendo este volume sentindo aquele gosto de filme policial dos anos 80. Esperava encontrar uma história rasa, com uma motivação interessante que nos intrigaria até o fim. Uma prova disso são os diálogos iniciais, que mentalmente eu li ouvindo aqueles dubladores clássicos de filmes como Um Tira da Pesada.
Só que, conforme fui avançando na leitura, enxerguei que Banana Fish tem algo a mais. Para mim, o mistério principal ainda não está tão chamativo, mas o desenvolvimento dos personagens é algo que me prendeu - principalmente se falarmos do protagonista, Ash, que tinha todos os sinais de ser só mais um protagonista shonen, mas demonstrou ter uma história boa e que te causa revolta contra os antagonistas.
O grande defeito para mim é a arte em si. Em algum momento durante a leitura me bateu o mesmo sentimento de quando se lê Akira - uma narrativa rápida, que não te faz largar. A diferença é que, enquanto Akira é um mangá cheio de detalhes que dá a impressão de ser um storyboard, Banana Fish tem quadrinhos simples demais, muitos sendo só os rostos dos personagens. Entendo que não é necessário mostrar tanto os cenários - afinal, a Neo Tokyo de Akira é um personagem - me causa estranheza ser um quadrinho tão direto e simples.
No mais, fiquei curioso para ver o que acontecerá no decorrer da série.