rxvenants 16/07/2022Um final horrível para o resto do conteúdo.AVISO DE CONTEÚDO: O livro é EXTREMAMENTE gráfico. Ele contém cenas cheias de detalhes de assassinato e tortura e descrições vividas de sangue e morte. Além disso, alguns temas recorrentes são: abuso sexu*l, ped*filia, cultos religiosos e tráfico humano.
Se você é sensível a um ou mais temas, não leia o livro e procure também os avisos no site da autora.
NÃO considere esse aviso de forma leviana. Satan's Affair é extremamente dark e cheio de gore.
Eu tô em uma grande indecisão sobre esse livro.
Eu gostei muito da escrita da autora e eu achei a forma que ela conduziu a narrativa super intrigante.
Os temas do livro não são fáceis de serem lidos, mas eu gostei muito da forma que ela escreveu eles. Todo o passado da protagonista e como isso afeta o presente dela são feitos de forma MUITO boa.
Se você sabe pelo menos o mínimo sobre alguns cultos religiosos dos Estados Unidos, é desconcertante ler com tanta veracidade a forma que H.D. Carlton fala sobre eles.
Eu também achei uma ótima introdução para a duologia que acompanha essa novela. Embora não apareça muito do personagem principal da duologia, é o suficiente pra gente ter um gosto de quem ele é o como H.D. trata certos assuntos mais pesados.
Embora seja uma história a parte, eu achei imprescindível ler Satan's Affair pra ter familiaridade com a brutalidade da escrita de Carlton.
Dito isso, eu daria uma nota maior pra história se não fosse o final.
Mesmo que eu tenha achado a forma que ela apresenta o plot twist boa e essa ser algo que eu nem tinha imaginado (eu inclusive voltei em toda a interação da Sibby - a personagem principal - com o Zade - um dos protagonistas da duologia - depois de ler o final e vi tudo com outros olhos), eu não gosto nem um pouco da ideia de usar distúrbios psicologicos como desculpa para ações criminais (mesmo que essas verdades andem lado a lado em alguns casos).
Sibby é uma serial killer que veio de uma família de culto religioso. Ela sofreu grandes abusos na vida e viu a mãe definhar por conta do pai.
Embora eu entenda como isso pode afetar a cabeça de uma pessoa e como isso, misturado com a esquizofrenia dela, pode ser perigoso, não gosto dessa perpetuação da ideia de quem tem distúrbios psicológicos vão, sem sobra de dúvidas, serem pessoas perigosas e que matam os outros por aí.
Eu sinto que essa não foi a intenção da autora, mas colocar a culpa das ações da Sibby na esquizofrenia dela e usar isso como plot twist pega mal.
A infância dela tem muito mais a ver com o jeito que ela se tornou na vida adulta do que o distúrbio dela e eu acho que a autora poderia ter pesado um pouco mais nessa noção.
Enfim, é isso. Eu gosto da escrita e gosto do quão realmente horrível e gráfico é a história (não significa que eu gosto das coisas que acontecem, só que eu estava no clima pra uma história dark sem amarras), mas achei o final extremamente duvidoso.