spoiler visualizardudinharoan 25/02/2023
Vou ser chato aqui. livro MUITO parado.
Senti que o livro quase não seguiu, parecia o tempo todo falando só da mudança depois da morte da mãe da menina (que foi inclusive um acontecimento antes do livro começar, então o leitor nem presenciou). Quando não era isso, era o tempo TODO focado no Matt. Matt isso, Matt aquilo.
Lembranças com o Matt ou com a mãe, e com a mãe eu até entendo porque foi algo realmente digno de muitas lembranças e tristeza da protagonista, mas pra um livro SAFICO, passar 84% SÓ falando do Matt foi meio contraditório e massivo pra mim. Eu sei que existe heterossexualidade compulsiva, sei que muita gente passa por isso e eu mesmo já passei, mas queria que a sinopse ou contra-capa dissesse que era só sobre isso, e não sobre romance safico, porque o único relacionamento que teve foi hetero. Nem romance teve, seja com Matt ou Blake.
Depois que essa moleza de Matt isso e Matt aquilo acabou, o livro foi todo corrido. Parecia que a protagonista não estava nem pronta pra começar outro relacionamento, tanto pelo tão amado Matt quanto pela mãe. A vida dela foi basicamente um luto rotineiro e consecutivo, pra ela de repente esquecer tudo e a vida se transformar dessa maneira foi péssimo.
Como o romance do objetivo do livro demorou pra começar, não quero demorar aqui pra falar sobre.
A primeira FRASE que comprometeu a "amizade" da Blake com a Em pra evoluir pra romance foi com 48% do livro, pra você ver como foi enrolado. Toda vez que a Em disse que ia contar algo à Blake que não contou a ninguém, foi SEMPRE em tom de "alguém que não sabe tudo sobre mim ou minha família, o que aconteceu com minha mãe", como fosse tudo por pura gratidão por ela não ser uma pessoa que a conhecesse desde sempre e ficasse lamentando a mesma tristeza sempre que visse "a pobre Em que lembra tanto a Jules". Como se a B fosse só um poço de desabafo, a terapia que ela deveria ter imediatamente após a morte da mãe.
Faltando míseros 16% pro livro acabar, finalmente aconteceu uma declaração da Blake, algo meio repentino considerando que a Emily com certeza nunca prestou atenção em nada, e nem teve como o leitor saber de muito, já que era sempre ela narrando a história. Se a sinopse e os comentários alheios que ouvi não dissessem que era um livro safico, eu ia ficar confuso pra cacete, não teve nada a ver o [foi censurado pelo skoob] com as calças.
Faltando 14% pra acabar, essa desgraçada da Emily ainda faz uma burrada TÃO idiota que tenho vontade de desistir do livro todo, mas como já li quase tudo, ainda tinha um pouco de fé com a Blake por ser um livro safico, apesar de que a Em COM CERTEZA não merecia 1/3 de tudo o que a B fez por ela.
Na perfeita e última chance dela fazer as coisas darem certo na vida dela sem traição de amizade ou namorico com Matt e Blake, ela CONSEGUE estragar, e fica o livro todo com ela se lamentando por um homi de que nunca sentiu nada além de amizade e conforto por "fazer a coisa certa e que minha mãe queria" e não perceber a tempo o que estava acontecendo entre ela e a Blake, até tudo dar errado nos dois lados antes mesmo de dar certo.
Até que, se a maria mole não tinha culhão pra enfrentar as cagadas que fez, outra teve. A queridissima Blake deu aquele desabafo lindíssimo e mais do que certo, em "Eu não quero falar sobre a lista, ou sobre Matt ou sobre o beijo. Não quero falar sobre como você foi minha amiga o verão inteiro porque seus amigos te largaram e então você me largou e ignorou quando não era mais conveniente pra você. Você conseguiu o que queria." Mais do que certa.
Ainda assim, depois que o sempre compreensível Matt chamou ela pra conversar e entender pelo que ficou de fora e por quê ela o enganou por todo o relacionamento deles e até a noite da fogueira, a aventureira simplesmente saiu emburrada, insatisfeita com a m3rda que ela própria causou, confundindo a vida crianças e adolescentes inocentes que não tiveram nada a ver com tudo aquilo. Afinal, toda hora era ela correndo atrás do Matt pra "consertar as coisas" e fazendo mais merda ainda. Se foi pra me dar algum ensinamento, esse livro chegou na minha vida pra me ensinar a ter compaixão por um homem: esse pobre coitado.
Sobre o pai, outro coitado, é outro que só atrapalha mesmo com as melhores intenções. Um querido, defendo um pouco ele. A aparência ela puxou toda da mãe, mas os traumas foram do pai. Tenho certeza de que tudo seria resolvido com a boa e velha (mas não falha) conversa, e essa menininha protagonista precisava de, no mínimo, MUITA terapia antes de sair fazendo coisa assim do tipo que fez, totalmente inconsequente e sem pensar em qualquer outra pessoa que poderia ?e de fato fez? colocar no caminho.
Tudo bem, tudo começou com o pai, que tem o mesmo temperamento, mas alguém ali podia muito bem pensar que umas sessões talvez fizessem bem. Quem sabe. Responsabilidade passou bem longe neste exemplar.
A partir de determinado momento, acessos de raiva por parte da menina. Ela deixa tudo quieto, atarefada demais em enrolar a nova moradora da pacata cidade, até que tudo vire uma bola de neve e ela não saiba como sair do buraco sem fundo em que se enfiava.
No final, a palhaça da Em ainda tem a cara de pau de afirmar que ficou "encantada" com a presença da Blake no bingo, na primeira vez que se viram depois de tanto tempo, quando naquela hora tudo em que pensava era que o pai queria que ela jogasse bingo pra ele, mas que ela sabia que a cartela era dela e da mãe, e do quanto tava irritada por isso.