Amanda 21/02/2021
Bem escrito e avassalador!
Lançado pela Editora Todavia sob o título “ A vida pela frente“ o livro narra história de Momo, um adolescente muçulmano de 14 anos que vive no bairro de Belleville, em Paris, na casa de Madame Rosa, uma prostituta reformada e sobrevivente de Auschwitz, que sobrevive ganhando dinheiro como babá dos filhos de outras prostitutas.
É inevitável ler este livro e não se teletransportar para Belleville, essa periferia multiétnica parisiense onde muitos artistas, como a cantora Edith Piaf, viveram as suas infâncias.
O amor não tem religião, fronteira ou rosto. La vie devant soi é um romance filosófico maravilhoso que retrata o amor em toda a sua glória. E retrata também a morte, mais precisamente a morte de um idoso visto por uma criança.
Romain Gary ou melhor, Emile Ajard nos leva com sua caneta sarcástica e sutil em um turbilhão emocional de sucesso. A sensibilidade de Momo é pura, sem artifícios. Rosa está consciente em sua inconsciência. A morte nos traz de volta à vida…
Em tempos de desamor, onde constantes discursos de ódio se impregnam em nossas vidas, não tenho palavras para expressar o prazer que experimentei lendo este livro tão lindo, tão bem escrito, tão avassalador, de linguagem deliberadamente hesitante e bárbara.
Leia. Você não ficará desapontado(a).
Sim sim, esse é o livro que inspirou o filme lançando recentemente do Netflix “Rosa e Momo”. Mas como eu sempre recomendo, leia o livro antes. :-)
Autor: Romain Gary assinou como Émile Ajar para poder ganhar, violando as regras, o seu segundo Prémio Goncourt.
Editora: Folio
Ano: 1975
Páginas: 274
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