spoiler visualizarVocê 28/07/2022
About that kiss
"How the smoothness of her skin restored, or at least started the healing process of this giant, unnecessary wound I?ve inflicted upon myself."
About that kiss fala sobre uma atriz de meia idade que está socada, tacada, largada, presa dentro do armário desde sempre, até que ela decide fazer um papel sáfico para tentar se assumir. No geral é um romancezinho leve com umas partes meio bregas e outras que pegam no emocional, mas nada incrível e revolucionário.
As personagens são bem desenvolvidas (embora eu ache que a Ida tenha sido muito melhor desenvolvida que a Faye) e interessantes de acompanhar suas perspectivas. O fato do livro alternar os pontos de vista entre os capítulos é bem legal porque da para ver o contraste na mentalidade das duas.
Você consegue sentir toda a dor e todo o alívio que a Ida passa ao longo do seu arco na história, é algo bonito de ler e que te deixa realmente torcendo pela personagem.
A história também é bem desenvolvida e senti que tudo ocorreu quando devia, nada pareceu acelerado ou "irreal".
Agora, passando para o que me incomodou um pouco (mas não o suficiente para fazer eu gostar menos do livro): as partes "bregas".
Algumas vezes no livro é tratado como se ser lgbt hoje em dia fosse a oitava maravilha do mundo e que atores atuarem em papéis gays é algo mais beneficial em suas carreiras do que fazer papéis héteros. E isso me irritou um pouco, entendo que comparando a épocas passadas hoje as condições para gente viver e simpelsmente existir são bem melhores, mas ainda assim sabe, é foda. Sinto que dizer coisas assim de forma leviana é meio desnecessário e deixa tudo com um tom brega de "amor é amor não existe mais preconceito" ou com um tom de "todo mundo quer ser gay hoje em dia" etc. Mas sei lá, talvez eu esteja me importando demais com a coisa menos importante de um livro de romance.
Outra pequena coisa que me irritou um pouco, foi como a Faye tratou sua "descoberta". Ela só ficava falando veementemente que não é lésbica mas parecia nunca considerar que existem outras possibilidades. Ela pode ser bi, pan, ou não usar nenhum rótulo etc etc. Parecia um pouco que ela queria se afastar de não ser mais hétero e só ficar como "hétero porém apaixonada pela Ida". Não sei, a falta de uso de outras possíveis palavras me pareceu meio suspeita, mas de novo, talvez eu esteja lendo demais algo que era só pra ser um romance leve (e que consegue ser isso e é muito bom quando foca na parte do romance).
Um útlimo adendo é que é impossível de ler esse livro e não pensar na Evelyn, na Celia e no Harry, simplesmente impossível.
Para resumir uma resenha que provavelmente é bem mais longa que o necessário para esse livro e que ninguém leu inteira, é um livro bom com um bom romance que consegue fazer o que promete mas peca as vezes em algumas falas.
(Ah e tem uns hots bons também).