Lina DC 07/06/2022Faça ouvirem a sua voz!“Antes que você saiba o meu nome” conta a história de duas mulheres com o desejo de recomeço quando se mudam para Nova York. Alice Lee acabou de completar 18 anos de idade e fugiu de Wisconsin com 600 dólares e uma câmera. Seu deslumbramento por NY é imediato e ela acredita que sua sorte poderá mudar nesse local tão vibrante. Apesar do início difícil, sua vida tomará um rumo que terá impacto na vida de outras pessoas, como a de Ruby Jones, uma mulher de 36 anos de idade, que saiu da Austrália depois de questionar a sua situação romântica com um homem comprometido.
Ruby precisa desesperadamente desse recomeço, mas não faz ideia de que encontraria uma cena que a marcaria tão profundamente em um dia tão “normal”.
O livro alterna entre a perspectiva das duas protagonistas. O leitor é convidado a conhecer a vida de Alice e de Ruby, antes de NY e durante a estadia delas. São duas mulheres resilientes, que passaram por relacionamentos conturbados e que estão atrás de autoconhecimento.
Porém, nem tudo é fácil e brilhante. Infelizmente o ponto de partida da trama é um acontecimento triste e brutal, que acaba encerrando os sonhos de uma delas. Mas essas mulheres não se dão por vencidas e fazem questão de contar suas histórias...
A obra conta com personagens extraordinários, como Noah, os integrantes do “clube da morte”: Lennie, Josh e Sue e o detetive O’Byrne, um homem decidido a dar voz as vítimas.
“Perceba todas as coisas que eles nos dizem. Ouça as palavras soando em nossos ouvidos enquanto os corpos se empilham. Enquanto outra jovem é adicionada à pilha de membros, e corações, e esperanças, e sonhos, e todas as coisas que ela nunca fará. Por causa de todas as coisas que ela não fez. Ou de todas as coisas que ela fez. Essa é a parte que eles raramente deixam clara. Quando decidem quem será o tipo certo de garota morta. Se é que eles pensam em nós.” (p. 161)
Com um enredo muito bem construído e personagens intrigantes, “Antes que você saiba o meu nome” é uma história poderosa sobre a vida e sobre o nosso direito de sermos ouvidas...
“Agora sei que você pode chorar, gritar, uivar como o animal ferido que você é. E eles não param. Isso não os comove. Eles continuam até que não haja mais nada, até que você seja quebrada, obliterada.” (p. 108)
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