Taynara.Barreto 31/12/2022
Os melhores queijos são aqueles que ainda não experimentei | @icouldreadallday
Assim como todos os livros úteis que surgem na vida no momento em que a gente precisa, “Quem Mexeu no Meu Queijo?” estava na minha lista desde 2008, mas só foi lido exatamente quando o meu Queijo desapareceu.
Mas o que seria um Queijo? Queijo é qualquer coisa que estejamos apoiados para viver: bens materiais, um relacionamento de longa data, o trabalho no qual fizemos carreira, enfim, o leitor decide.
A história em si trata sobre as diferentes reações em 2 ratinhos e 2 seres humanos quando o Queijo simplesmente sumiu do lugar onde costumavam obtê-lo. Um dos ratinhos observa pequenas mudanças antes do fato, o segundo ratinho, embora surpreso, consegue ter uma resposta rápida. Os humanos, por sua vez, demoram demais para agir – analisando e tentando compreender a situação – e só agem quando já esgotaram suas forças tentando reverter o problema. Isso é o que eles têm em comum.
Acompanhamos, então, a linha de raciocínio do Haw, que decidiu agir, ainda que tardiamente, assumindo o controle da sua própria vida e não mais esperando pelo outro. Embora seja uma historinha, é interessante, porque demonstra duas ideias muito claramente: 1. “caminha que o caminho se abre”, o que eu acredito bastante; e que 2. a única constância na vida é o movimento, que é uma das poucas certezas que eu tenho.
Às vezes a solução é simples, não precisamos pensar demais. É sobre tomar uma atitude e seguir em frente. Encarar a questão como ela é, não como deveria ser ou gostaríamos que fosse. Contudo, o nosso apego ao passado e a incerteza do futuro nos faz continuar em situações paralisantes.
O livro chama atenção para essa nossa condição, tão humana, e demonstra que, ao invés de sentir medo, deveríamos nos atirar no desconhecido com a segurança de quem sabe que vai conseguir o que procura. Até porque, logicamente falando, é mais fácil encontrar aquilo que buscamos em outro lugar do que naquele que não estamos recebendo.
“enquanto temera a mudança estivera mantendo a ilusão do Velho Queijo, que não estava mais lá” (p.73)
E muitas vezes mudanças nos levam aos caminhos certos. Desses que a gente só poderia sonhar e olhe lá, porque a realidade muitas vezes surpreende também. Mas cada um encontra seu próprio caminho. É algo que ninguém pode fazer por você.
Queria dizer que tive as atitudes dos ratinhos, mas não tive. Eu seria o Haw, mas pelo menos não sou o Hem, esperando que a situação mude e deixando o tempo passar. Em clima de final do ano, vamos aproveitar para resolver os Velhos Queijos de uma vez!
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