Monique * 08/10/2023Darkling o maior personagem do livroMais um livro de fantasia jovem adulto cheio daqueles clichês que a gente ama odiar:
Menina adolescente que descobre poderes ocultos;
Seu bff também é seu crush;
Ele é obviamente maravilindo;
Muitas DR?s;
O vilão também é lindo;
Mais DR?s;
?Só percebi que te amava quando te perdi?;
Aquele mentor que manda o ?eu te avisei?;
Alívio cômico.
*** Fator surpresa: desmembramentos violentíssimos.
O livro é apenas da perspectiva da protagonista, Alina, então não temos o ponto de vista de mais nenhum personagem, o que em geral eu não gosto muito, mas já estou acostumada também. Porém em todos os livros, no Prólogo e Epílogo, temos a autora narrando, de uma forma um pouco mais simples e livre, que eu particularmente achei tão fofinho ótimo.
No mundo criado por Bardugo, as pessoas são divididas entre Grishas e Oprichniki (uma das palavras que eu transformei em imagem). Opri.. são as pessoas ?normais?, sem poderes. Já os Grishas são pessoas que nascem com poderes, não necessariamente herdados. São divididos em:
Corporalki: a ordem dos Vivos e Mortos, onde estão os Sangradores, que podem ferir ou matar alguém sem nem tocar na pessoa, usando apenas gestos, e Curandeiros, que usam suas habilidades para, bem..cura. Também temos em menor quantidade Artesãos, que usam seu poder para mudar a aparência, suas e de outras pessoas.
Etherealki: a ordem dos Conjuradores. Esses Grishas são capazes de manipular elementos. Aeros o ar, Infernais o fogo e Hidros, água.
Materialki: a ordem dos Fabricadores, dividida em Durastes, que fabricam a partir de sólidos, e Alquimistas, que usam mais elementos químicos.
No país de Ravka, onde se passa a estória, as crianças são testadas ainda jovens para saber se tem poderes. Se elas se revelam como Grishas, são separadas das suas famílias e vão para a capital treinar e passar a integrar o exército. Em outros países do Grishaverso de Bardugo, Grishas são perseguidos, mortos ou escravizados. O vizinho de Ravka, Fjerda, é um dos países que caça os Grishas, por vezes invadindo as fronteiras, o que mantém os dois países em pé de guerra a séculos.
Ravka também tem outro problema: ninguém sabe certo quando, mas um Grisha muito poderoso, a muitos anos atrás criou uma região chamada Dobra, ou Não Mar, onde é completamente escuro e vivem criaturas chamadas Volcra, que voam e comem quem tentar passar ali. Está localizado próximo a saída do mar e prejudica, em muito as rotas para fora do país.
A estória de Alina é bem regular para esse tipo de leitura, segue o padrão descobrir poderes, aprender a usa-los, ficar longe dos amigos, descobrir mais sobre si mesma e sobre seus sentimentos. O boy magia, Maly, não é muito interessante também, seguindo o padrão mais lindo do que útil, apesar de ter seus momentos.
O enredo já diz bastante como vai ser o livro, não se tem muitas surpresas no primeiro volume. Aliás, tem o plot twist mais fraco que eu já vi na vida. Chega a ser ridículo. Criei até uma escala de plot twist. Trilogia Grisha está em zero e O Sexto Sentido em 10.
Tirando essa parte, o livro tem aquela mistura de momentos que eu gosto bastante no gênero de fantasia: alguns dramas, comédia, aventura. Não existem batalhas épicas nem nada do tipo, apesar do país estar em guerra, não é um livro de guerra. Porém tem momentos que a gente fica com o coração na mão. Quanto a parte de comédia, quando vinha, eu rachava de rir.
Deixando de lado os protagonistas, os coadjuvantes são tããããããããããão mais legais e interessantes que pra mim tiram a cena dos dois. Principalmente com a entrada de outros no segundo livro. O Darkling em mim causa sentimentos contraditórios, é um personagem bem complexo, dá raiva dele, mas ao mesmo tempo dá para entender o ponto de vista.
Para mim é o mundo fantástico de Bardugo, os coadjuvantes e a escrita da autora que conseguiram me prender ao livro. E ainda bem, por que tem o final teve algumas coisas que me surpreenderam por sair um pouco da caixa, além do Epílogo mais fofinho que eu já li na vida...