Carla.Oliveira 05/10/2021
Bom, porém pouco objetivo
Eu estava bem ansiosa pelo segundo livro dessa série é, apesar de algumas derrapadas da autora, posso dizer que gostei e me diverti com a história de Gabriel e Ivy.
Como falei na resenha de Traicao, essa serie é do gênero bully romance e aqui a fórmula está em sua força máxima, pois Gabriel e Ivy são mestres em aprontar e perturbar um ao outro em uma aversão que começou na infância.
Gabriel está em sua melhor forma como Engano. Ele é sedutor, gentil, alegre, despreocupado e mais mentiroso que discurso de político. Eu amei suas cenas com Ivy e toda a troca de pegadinhas entre eles. Ri a valer e me encantei com a conexão que os uniu desde a infância. Eles são tão iguais em essência, tão complementares que o leitor não tem como não querer que fiquem juntos à medida em que a história avança e descobrimos mais de suas realidades,pensamentos, dores e medos.
Apesar de algumas das cenas hots não terem me passado a mesma química que senti com Tanner e Luca, os dois rendem bons momentos (principalmente quando desafiam um ao outro) e conseguem levar a história mesmo com alguns pecados no desenvolvimento da trama e a falta de objetividade da autora, que caminhou bem em Traicao, mas aqui se perdeu um tantico. O que me fez tirar duas estrelas.
Em Traição, vemos uma linha coesa e limpa de uma sub trama carregada de mistério sobre o que compeliu os garotos inferno a irem atrás de Luca e aqui em Engano, a história tentou ter continuidade em seu desenrolar, porém acabou me deixando no mesmo ponto de partida após dar voltas e mais voltas através de sequências de um plano que soou tão perdido quanto Tanner e compania estão frente ao que realmente está acontecendo.
Eu entendo que essa subtrama vai nos levar por todos os livros da série e que as maiores revelações estão guardadas para os últimos volumes, porém a autora deveria ter sido mais objetiva e doado um pouco mais de informações para o leitor criar suas teorias ao invés de fazer os personagens andarem em círculos atras de pistas que não levaram a lugar nenhum, porque se deixar todas as peças apenas para o gran finale, a história perderá ritmo e o interesse dos leitores que esperam revelações na busca de desvendar o mistério.
Óbvio que suspense é bom, mas tem que ser bem dosado para que não vire só encheção de linguiça.
Outro ponto que me incomodou foi o excesso de alívio cômico.
Ok, Gabriel é o rei das pegadinhas e da mentira então já é esperado certas situações em sua história e eu até me divertir bastante com suas provocações, mas houveram momentos em que o uso dessa sua caracteristica ttirou demais o peso das situações me levando a crer que o que estava acontecendo não tinha tanta importância ou consequência para os rumos da historia, além de, aos meus olhos, fazer os homens temíveis que me fora vendido no primeiro livro, parecerem mais adolescentes em final de ensino médio (Tanner virou o alívio cômico integral do livro chegando ao ponto de não ser levado a sério em quase nenhum momento).
Sei que a série tem essa vertente da comédia, porém me incomodou bastante como aqui, tudo parece apenas uma brincadeira e não um jogo onde a liberdade desses nove homens está em jogo.
No fim, é um bom livro (melhor do que Traicao em alguns quesitos) apesar de alguns excessos e a falta de objetividade em relação a trama.