Resenhas - Clara da Luz do Mar

Mayara 16/11/2021

Esse livro me surpreendeu positivamente de várias formas.
Não é somente a história de uma menina, mas de um povo.

A autora trata de maneira poética e sutil, sobre assuntos e acontecimentos pesados, que parecem ser cotidianos por causa de como as pessoas agem sobre eles. Como se fosse só mais uma morte, só mais um crime impune.

E a gnt está familiarizado com isso, enquanto povo brasileiro, assim como o povo haitiano parece estar.

Só fiquei na vontade de saber mais sobre a Claire em si, a personagem é rica de características e inteligente, com uma dedução e criatividade imaginativa que beiram o sexto sentido, ficou um gosto de quero mais á respeito disso.

Pareceu pouco explorada. O livro podia ter pelo menos mais umas 100 páginas, contando o desfecho da história principal, sobre Claire, seu pai e Madame Gaelle.

Ao mesmo tempo que talvez eu esteja errada, e foi bom a escritora ter deixado essas reticências no ar.

Marques60 15/11/2021

A história de Claire se mistura com a história de outras personagens no decorrer do livro e é isso que os capítulos vão relatando. Em alguns trechos, a escrita chega a ser poética de forma que o leitor se sente passeando entre diferentes estilos. No mais, os mome tos entediantes do livro não o tornam menos interessante.

Ana 14/11/2021

Escrita sensível e forte ao mesmo tempo.
Logo nas primeiras páginas, já percebi que seria um experiência forte!
A escrita é fluida e logo nas primeiras páginas você já é cativado pela personagem e sua família, torcendo para que eles sejam protegidos de todo mal! (Queria colocá-los em um potinho de amor).
A única questão que eu apontaria não é algo que necessariamente seja um problema. Foi uma questão de expectativa talvez. Eu estava com sede de saber mais sobre a história da Clara, mas boa parte do livro é direcionada para outros personagens. Todos tem conexão com ela, mas eu ficava torcendo pra voltar logo para a história a garota.
Antes de lerem é importante que saibam que há gatilho de abuso sexual. Morri de ódio daquele the monio e do pai descarado que passa pano pro filho estuprador.
Quanto ao final, fiquei me tremendo achando que a Clara iria pular e se matar (que nervoso, mds passei mal.) Mas que bom que a autora teve piedade e deixou a menininha vida. Amém, irmãos.

site: www.instagram.com/estantecomletras

Gisa 12/11/2021

Mais uma vez sou surpreendida por um livro que em um primeiro momento, lendo a sinopse, não me interessou mas que depois me arrebatou.

A estrutura narrativa é daquelas deliciosas onde as vozes se alternam, onde somos conduzidos de personagem em personagem para ir desvendando o enredo (me lembrou O Filho de mil homens do Valter Hugo Mãe).

Conhecemos um pouquinho dos habitantes de uma cidade fictícia no Haiti, pessoas de classes diferentes com realidades diferentes, suas misérias e contradições, seus costumes e tradições, ausências, esperanças, vida e morte. Uma história de dor escrita com tanta delicadeza, que talvez se escrito de outra forma fosse insuportável.

Tanta humanidade em cada personagem que nem sei dizer. Que livro lindo, um verdadeiro presente ?

Cada um de nós é um universo.

Bê. 11/11/2021

Uma obra de ?realismo esperançoso?.
Ariano Suassuna é dono de uma citação famosa que diz: ?Não sou nem otimista, nem pessimista. Os otimistas são ingênuos, e os pessimistas amargos. Sou um realista esperançoso. Sou um homem da esperança. Sei que é para um futuro muito longínquo. Sonho com o dia em que o sol de Deus vai espalhar justiça pelo mundo todo.?

Quando terminei o livro desse mês fiquei com isso na cabeça? É como se a obra toda transbordasse esse ?realismo esperançoso? que Ariano descreveu.

É lindo ver como a autora conduz a trajetória de cada personagem com tanta humanidade, apesar do desalento, de descrever atos abomináveis, da pobreza, de tanta injustiça e desgraça.
Até personagens como Max Filho, que foi capaz de uma violência tão repugnante contra Flore, tem sua história contada com compaixão.

Na crítica feita por Luciany Aparecida, contida no posfácio da revista que acompanha o kit da TAG, tem um trecho em que ela diz ?o que a escritora haitiana faz em Clara da Luz do Mar é humanizar o que pode resultar devastador: a ação de narrar histórias de dor.? Bem, penso eu que isso resume bem a beleza que autora conseguiu construir nessa obra.

Gosto especialmente da forma como ela conduz toda a história, me lembrou a experiência que tive com O Alforje, outro título que tive contato graças à curadoria da TAG.
Esse jeito de contar histórias, com a narrativa alternando-se para mostrar as perspectivas de cada personagem, é o que possibilita e aprofunda realmente a humanização da trajetória de cada um.
Também é lindo ver como cada destino, por mais alheio que pareça ao de outro personagem, desemboca no mesmo momento.

Outro ponto que me conquistou foi a inserção da cultura haitiana em passagens que citam a crença em revenants e na prática cultural de ceder crianças para serem criadas como restaveks, que atiçou minha curiosidade para consultar o Dr. Google e me aprofundar em pesquisas sobre o Haiti. A obra transborda.

No fim disso tudo, fiquei com uma sensação de abandono, meu lado otimista desejava ver os próximos passos Claire e seus conterrâneos e que estes passos transbordassem bençãos? o que obviamente não aconteceria.
Mas o realismo esperançoso que encontrei já me bastou pra que esse livro ganhasse um cantinho cativo no meu coração (coração que este que está partido até hoje com o destino de Bernard), se bem que, se eu for ser beeeem sincera, na minha cabeça, talvez pra aplacar um pouco desse ?abandono? sentido, me convenci que Claire sempre terá um destino lindo e a justiça, a bondade e a redenção chegará a cada um que delas precisar.

Sim, a TAG conseguiu mais uma vez: experiência literária inesquecível.

Tuyl 07/11/2021

Esse livro foi uma grata surpresa. Não me chamou tanto a atenção pelo título ou premissa, mas sua história é extremamente bem conduzida e amarrada, e a escrita da autora é fluida e nos transporta para as cenas.

Luciana Luz 07/11/2021

Clara da Luz do Mar
Este foi meu primeiro contato com a escritora Edwidge Danticat e fiquei encantada. A autora consegue mostrar lados distintos da mesma cidade e de seu povo, pessoas com realidades tão diferentes se encontram de uma forma coerente e envolvente.
A pequena Ville Rose por si só é uma grande personagem. Mas, Nozias definitivamente tem o meu afeto. Um homem simples, analfabeto, que passou por tanta coisa na vida e que entende mais do amor do que muitos letrados que estão ali.

Wellington Carneiro 05/11/2021

Com uma história profunda e direta, o livro aborda a influência de que uma simples pessoa possa ter dentro de uma comunida ao se ver que ela faz parte da teia de relações que mantém o grupo.
É interessante pode respirar um pouco da cultura haitiana e entender os dilemas e sacrifícios necessários para a sobrevivência de uma parcela importante da sua população.

Gabi 02/11/2021

CLARA DA LUZ DO MAR
Não sei explicar porque amei esse livro mas amei.Foi um daqueles livros que vc simplesmente so quer mais da história e quer mais páginas.Única ?reclamação? é que os capítulos são bem longos mas so é uma ?reclamação? porque eu so paro de ler quando acabo o capítulo