mariii 05/01/2022Ótima primeira edição!No geral gostei da revista como um todo, mas abaixo vou deixar minha opinião sobre cada conto
O DESTINO NÃO É UM ENDEREÇO - esse titulo por si só já é poético, é aquele tipo de frase que você até tatuaria de tão profundo, assim como o conto em sí, em poucas páginas a autora consegue criar um universo único, com suas próprias regras, é o primeiro conto da revista e acabou sendo meu preferido, o que nem sempre é bom já que os seguintes foram bons mas nem tanto.
NÃO VAI SER A PRIMEIRA, NEM A ÚLTIMA - conto bem curtinho sobre maternidade de uma forma não muito usual, gostei médio, é curto demais mas tem certa profundidade.
UM AJUSTE DE PONTEIROS - esse não posso dizer que gostei ou não porque sinto que não entendi o final, tudo que envolve viajem no tempo acaba ficando confuso então pra não ser injusta, vou ficar neutra.
ORVALHO FLAMEJANTE - essa história tinha muito potencial mas ela entrou em muitas questões que não foram abordadas profundamente e acabou de uma forma abrupta, apesar de ser um conto e ele ter passado a mensagem que escolheu passar (perfeitamente por sinal), o autor criou narrativas que se não fossem abordadas ficaria um final meio "ta... mas e tal coisa?" , porque são coisas que se não estivessem na historia a mensagem ainda poderia ser passada, mas estava, criou um ar de "o que será que realmente aconteceu?" e terminou assim, porque não foi abordado, porque não era nisso que o autor queria entrar, então poderia não ter criado esse "mistério".
VERTENTE - meu segundo conto favorito, fala de pessoas que normalmente a gente ama muito, nossos avós, e as questões que cercam a velhice e a gente quando criança inserida naquele meio de, "meus avós estão indo embora aos poucos", porque desde que a gente se entende por gente e conhece nossos avos "normalmente", eles já são idosos, e conforme a gente cresce eles continuam envelhecendo e muitas vezes não entendemos o por que o vovô não consegue mais me pegar no colo, por que a vovó vive doente, por que não sabe mais o meu nome, essa historia é isso, uma criança que convive com os avos e busca entender o por que eles estão mudando tão rápido, de uma delicadeza incrível, me emocionou muito.
ITH - acho que de todos, esse foi o que menos gostei, muito rápido, diálogos muito mal pensados, a ideia é boa mas foi executada de uma forma ate meio preguiçosa, de todos os outros contos foi nesse que eu me questionei se a suma realmente fez uma seleção dos contos de uma forma democrática ou se o peso desses nomes (que pelo visto são todos conhecidos) tiveram influencia nas escolhas, não digo que o conto é péssimo, mas que de tantos contos que foram enviados por pessoas "normais" justamente esse tenha sido escolhido...
RESSURREIÇÃO - mais um conto com grande potencial para se tornar um livro, é um conto curto mas assim como o primeiro já estabelece um mundo que da possibilidades para algo bem maior, fala da nossa realidade, em como o mundo é elitista e como as vezes não somos gratos a vida tendo oportunidade de vive-la enquanto outras pessoas apenas sobrevivem.
DIAS DE POUCO PÃO E ZERO SONHO - esse conto me lembrou um pouco o livro Trocas Macabras do Stephen King, eu gostei médio, não consegui entender os objetivos da personagem principal e se a mudança que ela fez no final foi justa para a outra parte.
Ufa, espero não ter sido injusta em alguma analise, essa foi a minha visão pessoal sobre os contos, no geral foi uma boa estreia da suprassuma, só espero que na próxima edição nós sejamos contemplados com nomes realmente desconhecidos, muita gente anônima escreve muito bem e essa revista pode mudar a vida dessas pessoas.