Meir 30/11/2021Um misto de verdade, bondade e singeleza em forma de conto"Por mais que relutasse em admitir, após um longo período de aflição dilacerante, uma estranha sensação - que não era alívio - tomava conta de si".
Esse livro me surpreendeu em tantos sentidos! Primeiramente, não estava preparada para ser tão dilacerada no processo de leitura, pois a história do Elfo conta, em sua simplicidade, a história de cada um que já foi dilacerado e reconstruído pelas mãos do Carpinteiro num processo doloroso que redunda em glória. Segundamente - e não me entenda mal com isso -, mas eu não esperava que fosse um conto tão simples, criativo e de alta qualidade e potencial, vindo de uma escritora tão jovem. Não por ser jovem, mas por haver tantos contos ruins sendo escritos por aí e publicados até mesmo por editoras, vindo de escritores jovens que se aventuram a criar uma abordagem cristã em seus contos, mas de maneira, por vezes, forçada e sem qualidade.
Me arrisquei fisgada pela arte estética magnífica, pelo título lindíssimo, pela sinopse encantadora (contos de natal, fadas, fantasia, me lembram Tolkien) e me surpreendi. Porque Rebeca não é mais uma escritorinha. Ela é uma verdadeira subcriadora, subcarpinteira, moldando com destreza e muita personalidade uma história original, delicada, simples e bela, de arrasar com os corações mais duros.
Eu creio que essa história ainda tem potencial de enfeitar as mesas de Natal das famílias cristãs e encher o imaginário de adultos e crianças, de forma que no momento da vida no qual eles estejam sendo quebrados e reconstruídos pela dor, eles se lembrem: "por vezes, a dor é nossa única medalha".