Queria Estar Lendo 01/12/2021
Resenha: Magia de Amor e Sangue
Magia de Amor e Sangue é o livro de estreia da autora Nana G.B., que firmou parceria através de uma publi com a gente para esta resenha. É também o primeiro volume da Trilogia Pótnia e Kaos e, para quem curte Os Instrumentos Mortais e Hush Hush, essa é uma leitura perfeita.
Sofia não sabia que tinha ligação com o sobrenatural até um incidente assombroso colocá-la frente a frente com ele. Com essa reviravolta, ela descobre muito sobre si e seus irmãos que não conseguia entender; eles são místicos, sensíveis ao mundo além do que os olhos dos humanos podem ver. E alguém está atrás deles.
Junto à sua melhor amiga e um grupo de anjos misteriosos, Sofia embarca nessa aventura para entender seu papel nessa história, resgatar uma pessoa querida e, com o tempo, se preparar para lutar contra as forças sombrias.
Magia de Amor e Sangue é um livro completo para quem adora histórias como as da Cassandra Clare.
Desde o começo misterioso até as revelações, apresentando quem está lendo ao leque de personagens curioso e cheio de histórias paralelas, o livro mantém um ritmo bom e equilibra as cenas de ação e reviravoltas às de explicações.
Porque, como é um universo gigantesco, e nossa protagonista, Sofia, chegou nele agora, a trama leva tempo nos familiarizando com termos, criaturas místicas, com a ameaça crescente e o que ela significa para a história. O mal que está retornando promete destruir todo o mundo, usando a própria raiva e intolerância dele para se fortificar. Uma profecia antiga é tudo que existe para tentar impedi-lo; isso e a coragem daqueles que estão lutando contra ele.
Eu gostei muito de como a autora construiu a tensão da história, com buscas enigmáticas, tentativas de salvamento arriscadíssimas, batalhas épicas entre as forças do bem e as do mal.
Também fiquei emocionada com o toque sobre luto e sobre perda, porque são tópicos sensíveis que eu não esperava vivenciar este ano, mas que chegaram como um baque. Consegui sentir a dor dos personagens como se fosse minha, porque era uma narrativa que falava comigo sobre isso.
Os coadjuvantes ao redor da Sofia muito acrescentaram para o desenvolvimento de tudo; vários deles, misteriosos ao extremo, me deixaram desconfiada quanto à sua posição nesse tabuleiro. Outros me conquistaram pela simpatia e pelo coração grandioso, como foi o caso da Carol, melhor amiga da Sofia.
Sem entregar muito a seu respeito, o que começou como uma participação que parecia breve e passageira, aquele tipo de amizade em livro que acaba ficando de lado com a aparição do sobrenatural, se mostrou uma relação imprescindível para o decorrer da trama.
Sofia e Carol são importantes uma para a outra, e o livro mostra esse apoio e essa dedicação e essa irmandade de maneira muito realista e cuidadosa. É uma amizade que existe na vida real, que está ali por todos os momentos (especialmente os mais difíceis e impossíveis de entender). Carol é muito pé no chão e exaltada onde Sofia se mete nas enrascadas sem pensar nas consequências.
Eu gostei da sensação de que quase todo personagem que aparecia tinha algo a acrescentar para a história. Deixava a trama dinâmica, e acrescentava aquela sensaçãozinha de “será que eu posso confiar em você? Será que você não é um agente infiltrado?” porque, afinal, o Kaos é imprevisível. E essa é a beleza de uma história assim; amar todo mundo e ter medo de receber uma facada nas costas por isso.
Sofia foi uma protagonista interessante. Não foi minha favorita porque ela me lembrou um pouco da Clary, de Os Instrumentos Mortais (e deus sabe que meu santo e o dela nunca batem), mas me irritou menos do que a ruivinha. Ela bateu o pé nas horas certas, para ter as respostas que precisava, e nunca media os riscos antes de tentar proteger alguém que amava.
Os coadjuvantes, em especial Dante e Lucas, foram meus favoritos. Deram muita dinâmica para a narrativa e protagonizaram cenas de ação especialmente boas. Bem narradas, com a dosagem certa entre a ação e a reação e o desenvolvimento das consequências do que estavam enfrentando. Dante, o nefilim, em especial, me conquistou em tudo; eu não posso falar muito dele porque o interessante do personagem está ler e entender seu papel na história com o decorrer dela, mas! Fica aí o suspense do surto silencioso.
Falando em cenas de ação, elas aparecem em equilíbrio com os mistérios e os diálogos. A vibe de Cassandra Clare é perfeita para quem é apaixonade por histórias assim, que envolvem enigmas e personagens lutando contra o tempo para impedir um grande mal de alcançar a nossa realidade.
A edição está muito boa, só acho que faltou um pouquinho de lapidação na revisão final. Um copidesque um tiquinho mais cuidadoso teria recortado algumas cenas, eliminado diálogos que não acrescentavam tanto para o ritmo da história e teria deixado a narrativa um pouco mais dinâmica.
Como eu comentei: a história é interessante e te fisga pela criatividade, só faltava um pouco mais de atenção na finalização do texto. Não é nada que atrapalhe, é só uma questão minha por já ter feito muito copidesque em outros livros.
Magia de Amor e Sangue traz uma sensação nostálgica de obras que lidam com monstros, anjos e demônios. Se você, assim como eu, estava com saudade desse tipo de livro, vai gostar de conhecer o lançamento da Nana G.B. Ele já está disponível na Amazon e no Kindle Unlimited, então aproveita pra dar uma chance.
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