Josi 28/10/2023
Apesar de compor uma coleção sobre feminismo, achei o livro bastante conservador e repleto de idealismo romântico. Me lembrou um pouco uma cartilha com normas de conduta ou regras de bom comportamento.
Basicamente, a autora aborda práticas e atitudes que, no seu ponto de vista, contribuiriam para a felicidade conjugal. Começa pelos flertes, passa pelo noivado, celebração e consumação do casamento, até chegar ao convívio rotineiro do matrimônio.
No geral, a autora mescla ideias bastante tradicionais com outras que podemos considerar revolucionárias e ousadas para a época (década de 1920). Dentre elas, a importância da vida sexual e da satisfação feminina no casamento e a necessidade de um planejamento familiar para o sucesso nas relações conjugais.
Por outro lado, em muitos momentos, é reforçada a ideia de que as mulheres precisam valorizar aspectos relacionados à aparência, enquanto aos homens são transmitidas orientações sobre comportamentos e virtudes.
Mas acho que o que mais me incomodou no fim das contas foi saber que a autora é considerada bastante controversa por ser uma notável eugenista, defendendo o controle de natalidade como forma de aperfeiçoamento racial. Ainda assim, é inegável sua contribuição na defesa pelos direitos reprodutivos das mulheres.
Em suma, o livro ilustra bem como as conquistas femininas ao longo da história foram lentas, graduais e elitistas, e como ainda temos um longo caminho a percorrer.