béu 04/01/2022
digo isto de vários livros, mas não este claramente vai entrar na minha lista extensa de livros favoritos. decidi comprar o livro depois de ter visto o filme com o mesmo título (Beautiful Boy, de 2018, com Steve Carell e Timothée Chalamet como personagens). gostei bastante do filmes pela razão de não me recordar de ter visto um filmes que tratasse o vício em drogas de alguém tão jovem e das consequências que esse vício traz à família.
o livro, sendo de cariz biográfico, cativou-me imediatamente. encontrei um livro que conseguira captar a minha atenção por completo e matar alguma da minha curiosidade sobre assunto. David Sheff tem, simultaneamente, uma escrita simples e emotiva, expressando claramente toda a preocupação e amor de um pai por um filho que cedo se inseriu no mundo das drogas, e uma escrita mais técnica e estudiosa, se é que se pode utilizar este segundo termo sequer. a maneira como intercalou a história de Nic, o seu filho, utilizador de mentafetamina durante mais de uma década, e dados concretos e exploratórios sobre o aparecimento da referida droga no mundo, passando pelos efeitos causados no indivíduo que a usa e também nas consequências a curto e a longo prazo a nível de saúde física e mental.
a leitura deste livro foi feita rápida - num período de três dias - e fora dos livros que mais me despertou as mais variadas emoções: de felicidade quando lia sobre as memórias do autor com o filho quando esse ainda era pequeno; de tristeza quando o mesmo descobrira que o filho era viciado e tivera de o internar pela primeira vez; de, digamos assim esperança, quando Nic conseguia viver a sua vida normalmente; e talvez de alguma surpresa quando o autor escreve linhas que começam com "Não.", e nós infelizmente sabemos o que se segue a seguir.
o final apresenta uma reviravolta gigante e é ótimo saber que, depois de tanto tempo sendo refém de drogas que destroem uma pessoa num curto prazo, o filho do autor conseguira sair dessa situação e voltar à sua vida normal.
algo que também me interessou bastante, como dito anteriormente, fora a inserção de dados concretos sobre, por exemplo, a aproximação de quantas pessoas são usuárias de drogas como os cristais, a heroína, a cocaína e a erva, e também, já mesmo no final da obra, o autor apelar para que a toxicodependencia seja então vista como uma doença (uma vez que muitas pessoas recusam-se a considera-la) e que haja algum tipo de suporte para pessoas dependentes de qualquer substância química