O Navio Negreiro

O Navio Negreiro Castro Alves




Resenhas - O Navio Negreiro e Outros Poemas


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Paloma 31/03/2022

O poeta da liberdade
Era assim que Castro Alves gostaria de ser reconhecido, como o poeta da liberdade. Mas foi sob o signo de ?poeta dos escravos?, que Machado de Assis gentilmente o denominou, que Castro Alves ficou popularmente conhecido. De escravizados e liberdade, o poeta, ainda tão jovem, transformou sua habilidade e dom com as palavras em um instrumento de reivindicação política e justiça social em torno da temática da abolição. É claro que já conhecia a importância e a obra do autor, mas não tinha passeado pelos seus outros poemas abolicionistas para além de O navio negreiro que, diga-se de passagem, é tão marcante ao ponto de, nessa releitura, ter me remetido a mesma sensação do primeiro contato com o poema.

O modo como Castro Alves dispõe as palavras nesse poema nos leva para uma imersão completa de sentimentos e trabalha com todos os sentidos, visuais, sensoriais, emocionais. É possível se sentir na calmaria inicial do poema, no meio do mar, e imediatamente a seguir, sentir a angústia, o horror do que efetivamente se está contemplando. Como diz Elisa Lucinda em seu texto de posfácio: é um poema-filme ainda não produzido da nossa história. E não apenas, todos os demais poemas reunidos nessa obra trabalham com esses mesmos sentidos do leitor, porque era isso mesmo que o poeta queria, causar essa comoção e imersão completa para convencer os seus de que essa luta pela abolição era necessária e deveria ser apoiada.

Fiquei muito emocionada com ?Mater dolorosa?, ?Saudação a Palmares? e ?Tragédia no Lar?, poemas que desconhecia e que me soaram tão eloquentes quanto a obra-prima do poeta, O navio negreiro. A reunião de poemas dessa edição está impecável, assim como os textos de posfácio. Inclusive me atrevo a dizer que, de todas as edições de livros da editora que conheço e li, esse é o com a melhor curadoria de textos de posfácio. Todos muito elucidativos e esclarecedores da história do poeta e da sua luta política. Nem precisaria entrar em detalhes sobre o projeto gráfico da obra, a antofágica nunca decepciona, mas as ilustrações de Mulambö deram um tom muito especial a?O Navio negreiro. Belíssima edição!
Joao 31/03/2022minha estante
Resenha maravilhosa!!! Castro Alves é de uma beleza ímpar.


Paloma 31/03/2022minha estante
Muito obrigada, João! Castro Alves realmente sabia como nos encantar com as palavras.




essefroes 19/03/2022

Nota dez para o Castro; Nota 3 pra Antofágica
Os poemas do Castro Alves são muito bons.
A edição da Antofágico nem tanto, textos repetitivos que ocupam quase metade do livro.
Nay 10/05/2022minha estante
Costumo ler só o primeiro e, às vezes, o segundo. Pois realmente são repetitivos.




Mikael_13 22/03/2022

Ler esses poemas que remetem ao período da escravidão me dão a sensação de revisitar uma disciplina que cursei na universidade.
Beatriz 22/03/2022minha estante
???




grazi 23/03/2022

?Castro Alves: poesia a serviço da liberdade.?
O poeta da liberdade, como gostaria de ser conhecido, aborda enfaticamente em sua poesia a crueldade da escravidão, ideais abolicionistas e a clama pela liberdade.

Seus poemas foram extremamente importantes para a época. Castro teve coragem de contar todo o horror infligido aos negros, em uma sociedade que se calou e se cegou diante do derramamento de sangue.

O Navio Negreiro é uma obra literária extremamente necessária, com uma escrita realista, crítica, objetiva e emocionante.

É triste e doloroso pensar que ainda "'stamos em pleno mar", vivendo insensatezes de "um povo que a bandeira empresta p'ra cobrir tanta infâmia e cobardia!".
paula 23/03/2022minha estante
??




Cleber 06/04/2023

Poesia
Depois de ler o livro Abc de Castro Alves do Jorge Amado, fiquei curioso para ler mais sobre esse importante poeta e conhecer seus poemas que mesmo depois de tanto tempo ainda trazem grande impacto.
Ana Usui 06/04/2023minha estante
Adoro Castro Alves, costumava ler na infância, bons tempos




Leila de Carvalho e Gonçalves 12/03/2022

??Stamos Em Pleno Mar?
Castro Alves, o maior representante do condoreirismo no país, é o primeiro poeta publicado pela Antofágica. O livro O Navio Negreiro e Outras Poemas inaugura essa nova fase e reúne 11 obras voltadas para a escravidão e seus desdobramentos.

O carro-chefe é O Navio Negreiro, o poema-símbolo de nosso movimento abolicionista, e os demais, conforme a ordem de apresentação, são: América, A Canção Do Africano, Bandido Negro, Mater Dolorosa, O Século, Estrofes Do Solitário, O Sol E O Povo, Saudação A Palmares, Tragédia No Lar e Vozes D?África.

De posse desses títulos, basta uma rápida pesquisa na internet para encontrar ?todos? os poemas disponíveis ?sem qualquer custo?, o que leva a inevitável pergunta: por que eu devo comprar o livro?

Eu posso enumerar três motivos que me levaram a optar pela compra. O primeiro é tê-los reunidos num único exemplar? formato de bolso ? de inequívoca qualidade. Da capa dura à qualidade do papel, a Antofágica não decepciona o leitor. Inclusive, o e-book também oferece uma experiência diferenciada de leitura, pois, se o leitor dispensar o Kindle e usar o aplicativo de leitura da Amazon instalado num tablet ou notebook, ele poderá visualizar as belas cores das ilustrações de Mulambö, isto é, o vermelho vivo, o amarelo e o negro, respectivamente o sangue, o ouro e o luto pelos escravizados. Aliás, a ousada inserção dessas ilustrações no poema O Navio Negreiro muito me agradou, redimensionando o horror que escapa dos versos.

O segundo motivo reporta aos Posfácios e às esclarecedoras Notas que dão uma boa ideia sobre a vida do poeta e também oferecem uma análise valiosa sobre a obra castro-alvense dentro do contexto histórico atual, aliás, esse juízo critico não poupa elogias e até mesmo objeções. Outro desafio é entender ?como um um homem branco do seu tempo e lugar de privilégio soube traduzir a dor da escravidão? de maneira a tornar-se seu principal porta-voz. Sem dúvida, uma testemunha de inegável talento, contudo será que as narrativas seriam outras, se relatadas por aqueles que sofreram diretamente com a escravatura?

O terceiro e não menos importante, trata-se de duas videoaulas sobre o livro com Luiz Henrique de Oliveira, doutor em Teoria da Literatura e Literatura Comparada pela UFMG. Para acessar basta escanear o QR Code da cinta (livro) ou da página 8 (e-book).

Enfim, recomendo e antes de encerrar, segue a relação dos textos que acompanham a edição:
Apresentação: Pétala e Isa Souza, do Canal Afrofuturas.
Posfácios:
* Poesia A Serviço Da Liberdade (Doutor Em Teoria Da Literatura E Literatura Comparada Luiz Henrique Oliveira)
* Tragédia No Mar, O Filme Subversiva (Atriz E Poeta Elisa Lucinda)
* Castro Alves, Poeta Da Liberdade (Escritor E Jornalista Tom Farias)
* Vozes De Indignação (Historiadora E Especialista Na Diáspora Africana Monica Lima)

Nota: ??Stamos Em Pleno Mar? é a abertura das quatro primeiras estrofes de O Navio Negreiro. ?
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Marco 12/03/2022

não importa a era... 'stamos em pleno mar
Castro Alves era um desses autores q faltavam na minha bagagem como leitor. Se soubesse mais sobre sua vida antes, certamente daria prioridade não apenas para O Navio Negreiro como tbm para outras de suas obras.
Seus versos diretos (onde a única "trava" para os leitores de hoje em dia pode ser alguns termos e expressões pouco utilizadas), otimamente cadenciados e com uma musicalidade característica misturam a suavidade do lirismo com o pesar das mensagens apresentadas. Seus versos cortantes apresentam a realidade nua e crua da sociedade escravagista no qual Castro Alves estava inserido (e quando vc percebe n apenas em q época ele era vivo como tbm escritores q dividiram a mesma época, como Machado de Assis, os contextos históricos ganham ainda mais fôlego).
Por se tratar de uma coletânea de poesias n tem muito oq dizer, apenas q suas mensagens são poderosas e me atingiram como um soco bem dado. O tipo de mensagem dura q faz vc parar e refletir antes de ir para a página seguinte.
Por se tratar de uma edição da Antofágica, o livro possui diversos livros de apoio q ajudam a contextualizar ainda mais o autor e a obra. Os paralelos q são tratados com a época são bastante pertinentes, senti falta apenas de alguém q fizesse um link melhor com o presente. Mesmo assim, os poemas são simplesmente estupendos, e entrou para o hall de melhroes leituras q tive em minha vida!
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_Jorgeft 14/03/2022

Que edição perfeita!
Poemas que falam muito sobre os dias de hoje. Castro Alves era alguém a frente do seu tempo, seu pensamento abolicionista e crítico a sociedade da sua época é descrito e mostrado de forma nua e real em sua palavras. Sua descrição consegue ser direta, crítica e emocional ao mesmo tempo... Obra FENOMENAL!
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V_______ 14/03/2022

O Navio Negreiro
Castro Alves foi um poeta baiano do século XIX, conhecido ainda em sua época como o poeta dos escravos, por sua poesia com contexto abolicionista, inclusive foi um dos principais nomes do abolicionismo mesmo sendo um homem branco de família abastada. Apesar de sua vidra breve (faleceu aos 24 anos) deixou um legado que perdura até hoje como um de nossos maiores poetas.
A edição além de trazer O Navio Negreiro, traz outros 10 poemas de Castro Alves, todos de temática escravocrata, que nos faz refletir os horrores cometidos durante o período e que ainda hoje trás sequelas em nossa sociedade.
Outro trunfo no livro são as ilustrações que proporcionam uma imersão ainda maior no poema homônimo, e ainda três textos extras para entender melhor sobre o autor e sua época.
Para eu que não são fã de poesia e poemas, já é o segundo livro do gênero que leio esse ano e aprovo. Prova de que sempre devemos manter a mente aberta para novas experiências.
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Leo 27/03/2022

Não se deve esquecer.
Enquanto não houver igualdade suprema, passado nenhum pode ser obliterado.  E a poesia de Castro Alves é tão viva que dói. Dói ainda mais porque os descendentes dos traficados ainda não puderam alcançar as asas do albatroz, pra observar o tumbeiro apenas como algo a ser esquecido.
Ainda não se deve esquecer.
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Hiarlly 30/03/2022

Castro Alves
O projeto gráfico da antofagica, como sempre, impecável com ilustrações, prefácio e biografia. Simplesmente perfeito.
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L Soares 31/03/2022

Um livro de poemas com a temática de escravidão, assim como o poema que dá nome ao volume mostrando os horrores a que eram submetidos os escravos ou em poemas reverenciando a saudade nostálgica dos que vieram forçados para terras brasileiras.


O poema Navio Negreiro é o maior dos poemas e concentra nele toda a arte do volume.


A arte é visceral, dá vida às palavras e aos horrores descritos de uma forma muito incrível, que transmite muito a angústia do texto.


Edição está realmente muito caprichada.
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Salino 01/04/2022

Impactante
Imagine ser parte da alta sociedade da época (século XIX), pertencer a grupos que mantinham escravizados como mão de obra (afinal, a escravidão ainda não havia sido abolida) e, ainda assim, transcrever com imensa profundidade e verossimilhança o que ocorria nos porões dos navios negreiros, denunciando a abominação rotineira do Brasil em construção? Cada poema selecionado é de fazer qualquer pessoa refletir fervorosamente, até se perguntar como é possível chegarmos a tal ponto. Como já foi aceitável tratar nossos iguais pior que animais? Por que tanta desumanidade, em troca de poder e dinheiro? Após séculos, cada verso recai sobre nossa realidade atual. Afinal de contas, os ?navios negreiros? ainda existem, travestidos em gestos e escondidos nas instituições, se ancorando em um racismo velado e perigoso, no sentido de que tudo aquilo que lutamos ao longo da história parece estar apenas no início de uma extensa batalha. Leitura crucial, a literatura nacional deveria ser exaltada graças a escritores como Castro Alves, tão pouco conhecido, mas com um grito estridente de revolta e revolução.
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Ju 02/04/2022

MEU DEUS! MEU DEUS! QUE HORROR!
"Colombo! Fecha a porta dos teus mares!"

Acho que nunca tive uma experiência literária tão imersiva, Antofágica soube exatamente transportar o leitor. Que edição linda! Um filme em papel.

Sinceramente, as palavras de Castro Alves são arrepiantes, ele não poupou o povo da realidade horrenda a qual eles mesmos eram vilões, tentou e se doou para mudar a visão dos torturadores, se compadeceu e foi humano como poucos foram ao enxergar a barbaridade que acontecia em cada canto do Brasil, que como ele mesmo diz, manchou a própria bandeira.

Como pode um país que lutou pela independência, pela liberdade, ser o responsável pelo maior número de escravizados do mundo? Arrancar uma pessoa de sua cultura, da família, tirar a dignidade, arrancar os filhos dos seios das mães, torturar, matar ... são tantos os crimes. Mas o pior é que ainda podemos ver os reflexos de toda essa barbárie.

Acho que um dos pontos altos dessa leitura também foi conhecer a fundo a vida desse jovem escritor, e o que mais me impressionou foi ele ter sido relativamente próximo de Machado de Assis e José de Alencar. Quem diria!

Maravilhoso, doloroso e sempre necessário. As palavras de Catro Alves estão fincadas pela eternidade nessa terra a qual descendemos.
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Gustavo.Henrique 02/04/2022

Os poema de Castro Alvez são marcantes, a forma como ele denuncia o abismo em que sua sociedade vive, o abismo imposto aos negros, que como ele bem diz, não tinha controle nem sobre deixar ou não sua vida dentro de seu corpo e, toda a crueza da violência tida nos navios negreiros e a caixa de pandora fechada para os africanos que perderam seu eden para descer a um inferno, receber uma morada dantesca nos trópicos. Dói, e essa dor evocada pela letra é corroborada pelas ilustrações brilhantes trazidas na edição, uma obra sublime!!
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