Carous 15/11/2022Esta resenha não vai ficar boa. Como geralmente ficam as resenhas dos meus livros favoritos e 5 estrelas. Provavelmente porque ainda estou tão encantada, inebriada e surtada que as palavras me escapam para explicar de um modo sensato por que amei tanto o livro, por que estou olhando minha conta bancária para ver se tenho dinheiro suficiente para entrar em um estúdio de tatuagem e tatuar o livro inteiro pelo corpo para ficar
marcado na pele o quanto eu amei, amei, amei ter a oportunidade de ler/ouvir, enfim, ter contato com esse livro.
Eu quero agradecer aos meus pais por terem me concebido.
Por terem me colocado na escola para eu aprender a ler.
À professora que me alfabetizou.
Aos meus pais novamente por terem me colocado no cursinho de inglês.
Ao meu cérebro por armazenar todo esse aprendizado.
Ao criador da plataforma de audiolivros. Aos pais da autora por terem concebido
ela. Terem colocado-a na escola, terem querido que ela fosse alfabetizada.
Enfim, a tudo e todos, as diversas situações que me trouxeram ao exato momento em que tomei a sensata, perfeita, magnífica decisão de ouvir
The Kiss Curse
Sabe? Eu venci eu mesma porque adiei muuuuito pegar este audiolivro já que tinha apenas achando ok
The Ex Hex, encantada bem mais pela capa do que por Vivi e seu rolo enrolado com Rhys. E, tola que sou, achei que a sequência seria igualmente mediana, com um romance que carecia um pouquinho de química e de uma protagonista que honrasse os 29 anos que tinha nas costas.
Eu gostei de Gwyn no primeiro livro. Pra caramba. Muito mais dela do que de Vivi. Mas tinha medo de que Erin Sterling não conseguisse fazer jus à essa personagem vibrante, engraçada e doidinha. Na minha cabeça, no livro
dela, Gwyn seria tão insossa quanto Vivi foi em
The Ex Hex
Mas Gwynnevere é um acontecimento por si só. Não precisou de um livro seu para brilhar. Mas já que ganhou, a autora não precisou se esforçar para ela dominar as páginas, conquistar o protagonismo merecido.
Linda, perfeita, rainha, brilhante!
E é claro que uma deusa maravilhosa como ela não podia se envolver com qualquer um. Precisava de um cara à altura... e eis que surgiu Wells.
O Wells consegue ser tão perfeito, maravilhoso, sensacional quanto Gwyn. E isso tudo sem citar o romance.
Eu confesso que tinha um certo preconceito com o envolvimento deles já que Wells é irmão de Rhys que é casado com Vivi prima de Gwyn. Isso é uma senhora confusão na árvore genealógica. Mas como negar a absoluta química entre esses dois, ao desenvolvimento sem defeitos deles, a interação perfeita e magnética.
E pra completar, eles não tinham nem um tiquinho que imaturidade que transbordava na Vivi.
Eu fiquei impressionada. Eu estou apaixonada.
Este livro, como o anterior, traz aquela vibe fantasmagórica e sinistra de Halloween; toda estética de bruxaria, feitiços e caldeirão, outono, folhas alaranjadas e avermelhadas espalhadas pelas calçadas, friozinho e tons terrosos. E como o anterior, o foco é no romance e a parte de bruxaria fica em segundo plano. Ela é o pontapé pra história começar, para os personagens se encontrarem pela primeira vez e até socializarem, mas este é um livro de romance com bruxas. E não de bruxaria e mágica com uma pitada de romance.
E como Graves Glenn nos foi apresentada no primeiro livro, a autora não retoma as descrições de como ela é. Mas a essência é mantida; ainda dá para visualizá-la com aquele clima típico de cidadezinha americana voltada para o Halloween.
A história é bem dinâmica, apesar do cenário ser sempre o mesmo; Gwyn e Wells trabalhando em suas respectivas lojas e essa rotina.
Eu tinha medo de só lembrar vagamente da história de
The Ex Hex , dos personagens secundários e isso fazer falta aqui. Lembro do principal - que não inclui os personagens irrelevantes -. A maldição e alguns desses personagens são mencionados, óbvio, mas a autora contextualiza, graças a Deus, porque nenhuma memória é de ferro.
Tive muitas ressalvas com o livro anterior, mas nenhuma foi em relação à escrita de Erin. Eu a acho fascinante. É ácida, bem humorada. Você avança sem notar. E com personagens tão espirituosos como Gwyn e Wells, ficou completo.
E para meu grande alívio, Vivi e Rhys aparecem pouco. Outro receio meu é que a autora, a única apegada a eles e sem intenção de fazer distinção entre seus filhos literários, enfiasse eles goela abaixo no livro inteiro. Eu até gosto de Rhys; - e amei as interações dele tanto com o irmão quanto com Gwyn -, mas a Vivi não me desce. Ela não tem carisma, mas, verdade seja dita, não posso dizer nada negativo da relação afetuosa dela com a prima. É muito bonita e dá um quentinho no coração.
Normalmente quando o casal se acerta, eu perco um pouco o interesse porque não tem mais aquela tensão maravilhosa, mas aqui nem meu interesse diminuiu nem a tensão desapareceu.
Sério, eu achei este livro perfeito. Divertido, romântico. Um trope de rivais a amantes bem usado. Uma obra prima.
Outra perfeição? A narradora do audiolivro.