fernandaugusta 23/09/2024O grande dia - @sabe.aquele.livroDespretensioso, este livro pode te surpreender, como fez comigo, e se tornar uma das melhores leituras do ano...
Ambientado na Ilha de Nantucket, onde ocorrerá o casamento de Jenna Carmichael e Stuart Graham, teremos um final de semana agitado, afinal de contas, nem todo o planejamento do mundo dará conta de conter os imprevistos gerados pelos impulsos e comportamentos de duas famílias tão grandes.
Jenna se casará estritamente de acordo com as instruções do Caderno deixado por sua mãe, Beth. Falecida há sete anos, Beth idealizou o casamento da caçula em pormenores detalhadíssimos, já que não estaria viva para vê-lo. Quem ajuda Jenna com todos os preparativos é Margot, irmã mais velha de Jenna, que será a madrinha. Margot é uma das principais narradoras do livro, e tem um conflito interessante: após se divorciar do marido, ela diz não acreditar no amor, porém está completamente apaixonada pelo sócio e melhor amigo de seu pai, que nunca assumiu o romance.
Doug Carmichael, o pai, é o eterno viúvo de Beth, e, apesar de estar casado novamente, acaba de descobrir que nunca amou e nem amará sua atual esposa, Pauline...
Os Carmichael são uma família grande, e assim também é a família do noivo. Os Graham, cuja porta-voz é a mãe do noivo, Ann, também tem seus perrengues. Ann perdoou uma infidelidade do marido e casou-se novamente com ele. E ela simplesmente convidou a pivô da separação para o casamento!
Todo o elenco de cavalheiros, damas, parentes e agregados contribui para causar em uma trama que ganha ares de um grande "Casos de Família", levado com uma escrita fluida e bem-humorada e, principalmente, com personagens reais, com dilemas e conflitos muito palpáveis. E tudo isso em meio a um megaevento, um casamento, que deixa todos com os nervos muito expostos.
Tem noiva repensando, amiga fura-olho, noivo com segredos, sogra furiosa, cunhadas estrilando, crianças fazendo bagunça... o que reflete a história de muitas famílias que conhecemos: felizes a sua maneira, com tudo dando certo no final, mesmo não sendo estritamente como o planejado.
A onipresença da defunta Beth é um tanto opressiva na história - afinal, deixar um caderno cheio de "instruções", e ser considerada uma santa faz com que a gente pense que ninguém superou a morte de Beth, o que em muitos pontos é bem verdade e bem irritante.
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O único defeito deste livro é não ter um epílogo pós-casamento, porque depois de me envolver tanto com a história eu queria ficar sabendo mais sobre os desfechos de cada um.
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Uma leitura quase perfeita, empolgante, divertida, VIDA REAL, romance raiz, quase interativo de tanto que a gente se envolve com O Grande Dia. Recomendadíssimo!