spoiler visualizarAline Lermen 16/08/2023
Muita enrolação pra pouco desenvolvimento
No saldo geral, acredito que me decepcionei. O livro está bem escrito, mas é muita enrolação pra história andar quase nada. O foco parece ser somente as cenas de sexo, a história virou secundária.
O nome A Guerra das Duas Rainhas me passou a impressão que seria algo maior, mas acabou que não rendeu muito não.
Em termos de guerra, houve 2 batalhas/invasões, onde não pareceu que houve algum ganho político para qualquer lado, então foi só pra matar o tempo.
Em termos do final do livro anterior, só conseguem resgatar Casteel depois de 70% do livro. Então até aqui foi "como vamos resgatar Casteel?", e achei que poderia ter sido como no início de A Coroa de Ossos Dourados, onde Poppy foi resgatada rapidinho e a história andou. Depois que conseguem, tem a proposta de Isbeth e o final corrido. Eles encontrando Malec em 3, 4 dias de viagem - depois de umas duas páginas de busca e sei lá quantas de sexo, tirou qualquer aspecto grandioso da tarefa.
O romance da Poppy e do Casteel perdeu a graça. TUDO o que fazem é voltado para o sexo, pensando em sexo, do jeito que os personagens narram parece que se um deles insinuar que quer transar vão parar tudo o que possam estar fazendo, tipo uma batalha. Não conseguem se concentrar em nada se o parceiro estiver do lado. Queria mais conversas, um pouco de seriedade, não essas tiradas sarcásticas e piadinhas de apunhaladas a cada 2 frases, relacionamento não se resume a sexo apenas. Pelo menos me surpreendi positivamente com o Kieran. Vi muita gente desde antes reclamando do envolvimento do Kieran, mas achei bacana, não ficou forçado, não abriram o relacionamento, é o Kieran e ele é especial.
Voltando à parte da história: esperei que houvesse planos interessantes, que de alguma forma surpreendessem Isbeth, mas foi a mesma coisa em todos os encontros: pessoas sendo usadas de escudo > Poppy recua > Isbeth mata as pessoas. Chega um ponto que me perguntei "vai tentar salvar pra quê?". O plano final contra a Isbeth não Não entendi qual foi, parece que era só decidir "essa é a última batalha" que então seria. Na batalha final, Poppy vira deus ex machina e resolve tudo, até os mortos. É chato quando não há limitação de poderes.
Aliás, difícil de acompanhar essa parte nos livros desse universo. Poppy começa mortal, com expectativa pra Ascender, depois parece ser meio atlante, talvez divindade, depois deusa e agora é Primordial. Curiosa pra saber o que ela vai virar no próximo livro, porque a autora não deixa ela ser 1 coisa e trabalhar naquilo.
Casteel consegue ter uma dimensão a mais ao trabalhar os traumas do cativeiro, mas o foco dele é demais na Poppy ainda. Ele tinha problemas com um pai e um irmão, dava pra explorar mais. Millicent foi outro recurso que poderia ter sido mais explorado.
O final estava meio que na cara, ainda mais para quem leu Uma Sombra na Brasa e jogou Tears of The Kingdom. Já dá pra prever os próximos livros: mais tiradas sarcásticas dos protagonistas, acrescentadas de Sera e Nyktos, muito sexo e a situação de Kolis resolvida em 3 páginas depois que Poppy e Sera forem para a próxima forma delas. E vou vir aqui reclamar porque vou ler as 800 páginas por não conseguir deixar história pela metade - me desculpem de antemão. Para aqueles que conseguem e também não curtiram a enrolação toda, é hora de pular do barco.