ellen s 22/01/2023
eu não sou obcecada, eu sou comprometida com a vitória.
Que a Taylor não brinca em serviço a gente já sabe, mas, neste aqui a mulher entregou simplismente TUDO.
Quem não ama um bom livro com uma ótima escrita? Com uma personagem implacável e completamente foda, e com a forte presença de um esporte?
Eu afirmo com tranquilidade que quem não gosta de Carrie Soto é maluco.
Assim como acontece com Evelyn Hugo eu me pergunto, Carrie Soto realmente não existiu?
Nossa querida autora tem uma habilidade incrível de criar personagens humanas, realistas e controversas, que são tanto filha como amiga, amante e esposa. A mulher simplismente tem o dom para escrever histórias fictícias extremamente reais, com descrições impecáveis do cenário conquistando o poder de te transportar para o local e te convencer de que tudo isso é real.
Em "Carrie Soto está de volta", temos uma forte presença do tênis (com todos os passos e definições do jogo, revistas e comentários). As partidas de tênis dos campeonatos eram tão bem narradas que muitas vezes eu me pegava ouvindo o "pop, thump, pop" da bola de tênis e me sentia na arquibancada ou até mesmo na quadra assistindo tudo de primeira mão.
Carrie é uma mulher de personalidade forte, fria e implacável, conhecida como a Machadinha de Guerra, que lutou e treinou com unhas e dentes para ser aquilo que ela nasceu para ser: a melhor de todos os tempos. Soto foi a melhor tenista dos anos 70 e 80, batendo diversos recordes, deixando sua marca, subindo no primeiro lugar no pódio e deixando o seu nome no nível mais alto do mundo dos esportes. Ela se aposenta no auge da sua carreia para encerrar de uma forma vitoriosa, dando juz a frase "fechar com chave de ouro".
Até que surge uma nova adversária que se iguala em títulos e em nome do tênis feminino. Prestes a bater o recorde de Grand Slam de Soto, a Machadinha de Guerra resolve voltar, retorna mais agressiva do que nunca e com forte sede de sangue, volta para mostrar do que é capaz e garantir que este recorde seja só seu. Aos 37 anos, Carrie é a tenista mais velha a competir.
Taylor Jenkins Reid botou pra quebrar e colocou os defeitos e feitos de Carrie para todos verem, mostrou todas perfeições e todas as suas imperfeições. Qualidades e defeitos, estavam todos ali fazendo com que a personagem se tornasse mais real ainda.
Soto sempre queria mais, mais vitórias, mais perfeição, mais títulos, mais recordes. O gostinho de vencer era maravilhoso e ela precisava de mais. Carrie era ambiciosa e precisava dessa validação constantemente (o que confesso que me identifiquei), é libertador e gratificante ver ela se desprendendo disso aos poucos.
O livro tem a forte presença da lição/aprendizado, que é: não importa querer provar que você é a melhor, não adianta fazer as pessoas se lembrarem do seu nome, pra quê serve tudo isso se você mesmo não sabe disto?
"As pessoas agem como se fosse impossível esquecer seu próprio nome, mas, se você não tomar cuidado, pode se afastar tanto do que sabe a respeito de si que deixa de se reconhecer como a pessoa que um dia foi."
Este livro, assim como Carrie Soto, é excepcional, incrível e implacável.
Te amo, Soto! Você é mais do que suficiente!