luisa 15/08/2021
minhas expectativas com Ciranda de pedra eram altíssimas, porque admiro muito a Lygia e sobre o seu primeiro romance só ouvi elogios. não sei dizer se elas foram superadas, pois a experiência foi, na verdade, diferente do que eu esperava. não imaginava que ia criar afeição e até, em certos pontos, me identificar com a protagonista Virgínia. desde a infância, ela mostra-se uma menina insegura, mas também forte e esperta - sua principal característica, contudo, é se sentir deslocada da sua família. Virgínia não se sente parte da ciranda de pedra que tanto queria entrar, afinal. talvez por isso eu tenha gostado mais da segunda parte, por focar no processo de autoconhecimento e libertação da protagonista. é um processo muito real, assim como tudo que Lygia narra. as cenas são reais, os personagens são humanos repletos de defeitos e de qualidades e o desfecho do livro é muito real. ciranda de pedra é um emanharado de dor, inveja, leveza, força, pertencimento, amor e superação.
por fim, não tem como não amar a escrita de Lygia que, a cada frase consegue esbanjar beleza, poesia e potência. em poucas palavras muito nos é dito. essa mulher é patrimônio histórico do nosso país, que honra tê-la viva