icaevandro 08/11/2024
Deus me livre de não ser cadelinha de ValorDoyle ???????
No segundo livro da série Valor & Doyle, nossos detetives estão conscientes de que há uma atração inegável entre os dois, mas não sabem muito o que fazer com isso.
Se de um lado, o Quaid ainda morna sentimentos conflitantes sobre seu relacionamento antigo enquanto busca não se apegar a um caso de uma noite, do outro o Aslan não sabe delimitar o que ele sente, indo contra sua própria tendência de não se comprometer romanticamente a medida em que se vê atraído como um ímã ao redor do Quaid.
Como há de se esperar, esse é um caso perdido pra ambos, porque os dois naturalmente orbitam ao redor do outro, criando um vínculo não planejado, tendo como palco um timing que não é dos melhores: um assassinato envolvendo ninguém menos que Jack, o ex de Quaid e o principal catalizador da sua frustração internalizada e de todos seus problemas de confiança.
Aqui, Quaid se vê comprometido a dissecar a verdade sobre o ex, este envolvido num esquema pra lá de emaranhado, ajudando Aslan e Torin na investigação do departamento de Homicídios. O Tor já havia sido mencionado no último livro, e ganha mais destaque proporcionando momentos cômicos ao lado do Aslan. O vínculo de amizade dos dois é maravilhoso e acompanhar o trabalho em conjunto deles durante o caso é uma experiência divertidíssima.
Numa tentativa de se apegar a algo minimamente tangível pra não se deixar desmanchar em meio as verdades reveladas sobre o Jack, o Quaid se vê buscando por mais da estranha sensação de leveza que ele sente quando está com o Aslan. Eles se conectam, se conhecem, se percebem, e começam a entender que aquela casualidade entre ambos migra para um sentimento que nenhum deles quer admitir: afinal, Quaid tem fome de afeto, quer uma família uma vez que a sua foi partida em pedaços tão cedo, e Aslan tem uma bagagem pesada demais pra compartilhar com alguém, preferindo nunca se apegar demais.
O Quaid precisa de certeza depois de ter tido sua confiança traída tantas vezes. Mesmo depois de terminar com seu ex abusivo, ele ainda se machuca repetidamente conforme vai descobrindo mais e mais dos segredos de Jack. Ele se frustra ainda mais porque se vê gradativamente se apaixonando pelo Az, lutando pra não se apegar. E o Aslan está tão confuso quanto ele, perdido naqueles olhos azuis bebê e na carranca estranhamente atraente, querendo ver o Quaid bem e não sabendo se é a pessoa capaz de garantir isso, mas confiante de que pode - e quer - se tornar.
O mistério é como sempre muito bem amarrado, te deixando na beira e criando conexões junto com os personagens, pra surpreender completamente na resolução. A peroração do livro deixa um gancho direto pra o terceiro, prometendo não só o futuro do nosso casalzão como também trazendo à luz um passado que nunca foi totalmente superado.
(Os dois tem uma química que zera a tabela periódica inteira e supera até a que tem nos cabelos de cantores coreanos. Obrigado universo por me fazer filho de Valordoyle).