História de Mulheres

História de Mulheres Rosa Montero




Resenhas - Histórias de Mulheres


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Luciana 24/12/2009

O ser humano sempre educou homens e mulheres baseados nas diferenças entre ambos. Isso nas tarefas, em força física e hierarquia. Na maioria dos conceitos, a mulher esteve abaixo de todos os quesitos por ser considerada fraca ou por ideologias que a colocam abaixo do homem. Quando e como isso se tornou uma regra, ninguém sabe dizer, mas as conseqüências disso são vistas ainda na sociedade atual.

Porém algumas mulheres conseguiram quebrar paradigmas. Lutaram por sua independência e auto-realização. Algumas se moldaram às regras da época para conseguir isso, outras já deram sua cara a tapa e não se importaram de serem mal vistas pela sociedade por isso.

E foi em algumas mulheres de fibras que a jornalista espanhola Rosa Montero usou como exemplo em seu livro. Histórias de Mulheres, é uma breve biografia sobre figuras importantes da cultura ocidental e o que passaram quando resolveram ser diferentes ao que a época exigia de mulheres.

O livro, que começou como uma coletânea de artigos para o jornal espanhol El País, não relata somente as histórias de mulheres que fizeram grandes feitos, algumas sequer são conhecidas do grande público (como a mãe da grande escritora Mary Shelley, criadora de Frankenstein) ou lembradas mais como esposa de alguém como de seus grandes feitos (como Zenobia Camprubi).

A autora faz uma coletânea de biografias contrastantes, mas que no fim percebemos que possuem pontos semelhantes, seja pelas conturbadas famílias, ou vidas sofridas por perdas ou problemas financeiros. Mas não só de heroínas que Rosa Montero fala, pelo contrário, algumas possuem vidas que servem de exemplo, outras, eram verdadeiras vilãs, antagonistas e algozes para àqueles que entravam em seus caminhos, como Simone de Beauvoir, que não se importava com o que os amantes ou qualquer outro estudioso pensasse: a seu ver ela e Jean Paul Sartre, seu amigo e companheiro fiel, estavam acima de tudo e de todos.

As personalidades escolhidas mostram uma vida que tocam na alma do leitor e o modo como a autora narra nos faz viajar em busca de mais informação sobre elas ou, pelo menos, relembrar seus trabalhos. Podemos sentir as obras delas revivendo quando lemos cada capitulo e percebemos como elas viviam seus personagens ou obras.
Uma delas, Agatha Christie, desapareceu misteriosamente certa vez e perdeu a memória. Muitos acreditavam que a rainha do crime (como era chamada) estava em busca de vender mais livros, mas depois de percebermos como o dia do desaparecimento foi doloroso (a morte da mãe, os problema conjugais) percebemos como uma fortaleza como Christie se mostrava, também era frágil e podia se quebrar.

Ao se falar nas irmãs Brontë (autoras de clássicos, como O Morro dos Ventos Uivantes e Jane Eyre) notamos que as adversidades que passaram estão nos seus livros (Jane Eyre relata de forma bem próxima a morte de uma personagem bem próxima da forma como as irmãs de Charlotte, a autora, faleceram quando crianças). Outro ponto chocante é saber que livros clássicos como estes, foram publicados com nomes masculinos, pois na época, mulheres não eram bem vistas como autoras. A autora ainda relata que um famoso poeta da época mandou uma delas parar de fazer poesia e utilizar seu tempo em algo produtivo para as mulheres.

Ingredientes variados são encontrados nas vidas de cada uma das quinze mulheres escolhidas – e mais alguns outros nomes lembrados com freqüência – e mostra ao leitor diferenças de vidas culturais e comportamentais ligados à época e local onde elas viveram, mas também que muitos problemas que as mulheres passam não estão ligados a um local somente, trazendo ao leitor informações interessantes.

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Aguinaldo 08/02/2011

histórias de mulheres
Eu estava tão longe de minha namorada no dia dos namorados que resolvi mandar umas flores pelo correio e começar um livro que falasse sobre o mundo feminino, saudoso de uma conversa honesta com uma mulher e curioso que sou. Claro, qualquer homem aprende certo ou tarde (como santo Agostinho aprendeu naquela praia) que é mais fácil um menino encher um buraco na areia com toda a água do oceano que compreender-se de fato uma mulher, mas é prazeroso morrer tentando. Esta minha leitura da história bíblica vale uma mirada psicanalista mas é melhor eu deixar isto para quem sabe mais do que eu, achador dos achadores sobre muitos assuntos. Aliás achei este livro na livraria Nobel de Santa Maria, livraria boa afinal de contas, que fica aberta em horários não usuais desta cidade não usual, o que facilita a vida do leitor. Rosa Montero descreve em notas curtas, de dez, quinze páginas cada uma, as vidas de quinze mulheres singulares. As histórias foram publicadas originalmente no El País espanhol em versões menores. Em livro foram publicadas pouco mais de dez anos atrás. As mulheres a cujas histórias somos apresentados são escritoras, livres-pensadoras, artistas, cientistas, místicas, cada uma a seu jeito seminais e definitivas. Sobre algumas eu já conhecia um tanto: Agatha Christie, Simone de Beauvoir, Frida Kahlo, Camille Cluadel, Alma Mahler, George Sand; doutras eu nunca havia ouvido falar: Zenobia Camprubi, Mary Wollstonecraft, Laura Riding, Isabelle Eberhardt, María Lejárraga. Mas eu aprendi algo sobre cada uma delas através das leituras de Rosa Montero. Ela sabe mesmo como narrar uma história e apresenta detalhes que parecem banais mas que ilustram muito a psique das suas retratadas. O livro é bem editado, há várias indicações bibliográficas para aqueles interessados em aprofundar-se na vida de cada uma das mulheres citadas. Nem todas as mulheres retratadas são santinhas corrompidas ou sacaneadas por homens maus, algumas são terríveis, cruéis e obssessivas como poucos seres humanos sabem ser. No final ela cita algo que é particularmente importante acho eu: que a normalidade oficial é algo que não existe Toda vez que somos, homens ou mulheres, tentados (ou mais usualmente, forçados) a nos enquadrar em padrões de comportamento ditos normais, automaticamente somos condenados ao sofrimento e até a destruição, pois não pode existir norma para o cotidiano das vidas concretas das pessoas. Belo livro de dia dos namorados que eu mesmo achei para mim. Recomendo mesmo.
"Histórias de Mulheres", Rosa Montero, tradução de Joana Angélica d'Avila Melo, Agir Editora, 1a. edição (2007) brochura 15.5x23cm, 223 pág. ISBN:978-85-220-0980-0
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CooltureNews 22/07/2014

CooltureNews
O ser humano sempre educou homens e mulheres baseados nas diferenças entre ambos. Isso nas tarefas, em força física e hierarquia. Na maioria dos conceitos, a mulher esteve abaixo de todos os quesitos por ser considerada fraca ou por ideologias que a colocam abaixo do homem. Quando e como isso se tornou uma regra, ninguém sabe dizer, mas as conseqüências disso são vistas ainda na sociedade atual.

Porém algumas mulheres conseguiram quebrar paradigmas. Lutaram por sua independência e auto-realização. Algumas se moldaram às regras da época para conseguir isso, outras já deram sua cara a tapa e não se importaram de serem mal vistas pela sociedade por isso.

E foi em algumas mulheres de fibras que a jornalista espanhola Rosa Montero usou como exemplo em seu livro. Histórias de Mulheres, é uma breve biografia sobre figuras importantes da cultura ocidental e o que passaram quando resolveram ser diferentes ao que a época exigia de mulheres.

O livro, que começou como uma coletânea de artigos para o jornal espanhol El País, não relata somente as histórias de mulheres que fizeram grandes feitos, algumas sequer são conhecidas do grande público (como a mãe da grande escritora Mary Shelley, criadora de Frankenstein) ou lembradas mais como esposa de alguém como de seus grandes feitos (como Zenobia Camprubi).

A autora faz uma coletânea de biografias contrastantes, mas que no fim percebemos que possuem pontos semelhantes, seja pelas conturbadas famílias, ou vidas sofridas por perdas ou problemas financeiros. Mas não só de heroínas que Rosa Montero fala, pelo contrário, algumas possuem vidas que servem de exemplo, outras, eram verdadeiras vilãs, antagonistas e algozes para àqueles que entravam em seus caminhos, como Simone de Beauvoir, que não se importava com o que os amantes ou qualquer outro estudioso pensasse: a seu ver ela e Jean Paul Sartre, seu amigo e companheiro fiel, estavam acima de tudo e de todos.

As personalidades escolhidas mostram uma vida que tocam na alma do leitor e o modo como a autora narra nos faz viajar em busca de mais informação sobre elas ou, pelo menos, relembrar seus trabalhos. Podemos sentir as obras delas revivendo quando lemos cada capitulo e percebemos como elas viviam seus personagens ou obras.
Uma delas, Agatha Christie, desapareceu misteriosamente certa vez e perdeu a memória. Muitos acreditavam que a rainha do crime (como era chamada) estava em busca de vender mais livros, mas depois de percebermos como o dia do desaparecimento foi doloroso (a morte da mãe, os problema conjugais) percebemos como uma fortaleza como Christie se mostrava, também era frágil e podia se quebrar.

Ao se falar nas irmãs Brontë (autoras de clássicos, como O Morro dos Ventos Uivantes e Jane Eyre) notamos que as adversidades que passaram estão nos seus livros (Jane Eyre relata de forma bem próxima a morte de uma personagem bem próxima da forma como as irmãs de Charlotte, a autora, faleceram quando crianças). Outro ponto chocante é saber que livros clássicos como estes, foram publicados com nomes masculinos, pois na época, mulheres não eram bem vistas como autoras. A autora ainda relata que um famoso poeta da época mandou uma delas parar de fazer poesia e utilizar seu tempo em algo produtivo para as mulheres.

Ingredientes variados são encontrados nas vidas de cada uma das quinze mulheres escolhidas – e mais alguns outros nomes lembrados com freqüência – e mostra ao leitor diferenças de vidas culturais e comportamentais ligados à época e local onde elas viveram, mas também que muitos problemas que as mulheres passam não estão ligados a um local somente, trazendo ao leitor informações interessantes.

site: www.coolturenews.com.br
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Mi Hummel 27/11/2016

Rosa Montero e suas 16 mulheres
" A existência é um trajeto temporal; no caminho, os anos vão nos fazendo e também desfazendo. Talvez seja essa uma das perguntas fundamentais da vida: " O que eu serei amanhã, o que terei feito de mim?" As mulheres desta série mostram que, de fato, o tempo pesa; e que a navegação é cheia de riscos." Pag. 202.

Adorei essa compilação de ensaios biográficos de Rosa Montero. Aliás, sequer sabia desse pequeno livro. Achei por acaso. Ele reúne tudo o que uma vez critiquei no livro " Mulheres, Mitos e Deusas".

Rosa Montero não apenas nos presenteia com 16 biografias, mas tece seus comentários, contextualiza suas personagens no momento histórico em que vivem. Enfim, torna a leitura deliciosa.

Rosa Montero quebrou meu jejum de leitura. Não tenho conseguido ler nos últimos meses, mas o pequeno livro me cativou e o devorei em dois dias.

É um desfile de mulheres imperfeitas e muitas delas, esquecidas. Humanas, transgressoras, feridas, brilhantes! Espetaculares em suas mazelas.

Seus comentários também são interessantes. Jamais havia pensado que a evolução social tivesse "roubado" a função das mulheres - tecelãs, curandeiras,agricultoras - e, assim, solapado sua importância.

Vale cada página.
Ler, assim, a vida de tantas mulheres é pensar em nossa própria existência e de que forma estamos carregando o peso dos anos e enfrentando os riscos que a vida nos apresenta.

" Navegar é preciso". Contradizendo a frase, Rosa Montero e "suas mulheres" demonstram que precisão é o que menos existe nas duras ondas da existência.
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Fenix.Pires 24/05/2018

Mulheres surpreendentes
Algumas mulheres da Historia são uma historia fora a parte. O que temos neste livro são algumas desses peças raras da história que se sobressaíram aos movimentos da história natural. São mulheres que nasceram fora de seu tempo.

Recomendado
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Lili 28/10/2019

Histórias de Mulheres
Uma biografia resumida de quinze mulheres marcantes e que ousaram viver de uma maneira não permitida em suas respectivas épocas. Rosa Montero descreve essas mulheres de uma maneira tão bonita, sincera, aberta, que até mesmo seus defeitos se tornam cativantes. Rosa exerce o que, na minha opinião, deveria ser a essência do feminismo: dá visibilidade a mulheres marcantes de maneira completa, sem diminuí-las, mas também sem endeusá-las. E assim, humanas, elas se tornam muito mais interessantes.

Recomendo.
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