Vitória 04/11/2022
Já li muitos livros da Ari (se eu estiver contando direitinho, acho que foram 4), e posso afirmar com toda a certeza que ela sabe trazer plots e pautas muito diversas em cada história dela, mas foi aqui que a mulher me surpreendeu de verdade. Sei que esse não é um livro dark, mas é de longe o mais pesado escrito pela Ari, então eu, como uma fiel admiradora do Pedro de inspire (a propósito, esse continua sendo meu mocinho e meu livro favorito da autora), só consegui ficar de cara no chão quando o Dario chegou com os dois pés na porta pra derrubar tudo o que eu achava que sabia sobre a Ari.
Dario foi um mocinho complicado pra mim. Na verdade, a gente nem pode chamar ele de mocinho. Já li muito livro dark de máfia onde o protagonista masculino faz coisas péssimas com a mocinha (vide imoral) e nunca tive grandes problemas com isso, mas, não sei se pelo fato da autora ter dito que esse não era um livro dark, certas atitudes dele me incomodaram. A cena em que ele a tranca no porão foi muito forte pra mim, e me encheu de ódio dele. Eu tava passando pano e perdoando ele 4 capítulos depois? Tava, mas é inegável que esse foi um dos persoangens da Ari que menos tomou conta do meu coração.
A Guadalupe, por outro lado, foi perfeita. Quando ela começou a dizer que não era nenhuma santa e que já tinha tido experiências sexuais muito diversas, eu não comprei de cara, porque a menina é toda inocente, enganada pela família, então pensei que essas duas personalidades dela não iriam se completar. Mas eu tava errada, a Ari me fez comprar a Lupita e todo o jeito dela logo logo, e foi tudo muito natural, porque na verdade as pessoas são assim, a gente é mais desinibido pra umas coisas e pra outras não, e é exatamente isso que acontece no caso dela. Todas as atitudes dela me soaram muito condizentes com a sua personalidade, de sentir medo em alguns momentos e em outros peitar o Dario, e eu amei isso nela.
Além disso, vamos combinar que Ariane se superou e muito nas cenas hot desse livro. Eu já sou apaixonada por um hot com ódio, mas aqui ela leva isso pra outro nível. A cena do punhal e do 69 me deixaram de pernas bambas, de verdade. Os persoangens secundários são outros que me ganharam de cara. Virgínia já virou o amor da minha vida, e a minha missão a partir de hoje vai ser implorar à Ariane pra escrever um livro dessa mulher maravilhosa. Alguns da família tem mais destaque do que outros, mas no fim das contas eu não desgostei de nenhum. Adorei ver a interação deles enquanto familiares, como são próximos, e espero que isso tenha mais espaço nos volumes da série que ainda estão pra chegar.
Temos vários plot twists aqui, e confesso que em certo momento eu fiquei um pouco confusa com eles. Entendi toda a treta do pai da Lupita com o cartel, mas quando começaram a inserir o ex-secretário sei lá do quê, o governador, o ex-namorado da menina e mais quinhentas mil pessoas eu precisei parar e dizer "espera, vamos voltar um pouquinho aqui". Sinto que isso poderia ter sido mais explicado, teria deixado a leitura ainda mais fluída (já que a escrita da Ariane já contribui demais pra isso), mas também não vou jogar a culpa de tudo em cima da autora. Li esse livro durante o período do segundo turno da eleição, e tinha muita coisa acontecendo dentro da minha cabeça, então talvez isso também tenha contribuído um pouco pra minha confusão em relação à leitura. De qualquer forma, é um livro incrível, Ariane só se supera a cada história publicada, e eu não vejo a hora de ler as próximas.