Elsroma 14/09/2024
Na trave
A premissa foi impressionante. Gostei muito do início, de como a infância de Edinho foi bem construída, como o TOC foi retratado, a relação dele com a família, da descoberta de sua sexualidade e das partidas de futebol. Isso foi bem executado. No entanto, há um ponto em que a linguagem se confundiu e, de repente, parecia a timeline do Twitter, não um livro.
A forçação chata de um esteriótipo do ?gay? pelas amigas do protagonista me cansou. Muito mesmo.
Sobre o futebol, poderia ser retratado de uma maneira mais rica ao invés de descarrilhar sem parar os adjetivos homofóbico, racista e sei lá o quê. Não houve uma expansão de vocabulário ou quebra de repetição.
O romance foi bem brusco, também. Eles se odeiam muito e >do nada< se amam muito? Há um grande buraco nesse romance, apesar do início bom.
A cachorrinha não foi uma boa pedida. Quero dizer, tudo na história estava maravilhosamente bem e realista. No momento em que dizem que a cachorrinha é ?homofóbica", o escritor quebrou totalmente a imersão e me fez lembrar que aquilo é só um livro de ficção, não uma literatura imersiva. A prole de Bene também foi irreal. Um típico personagem criado para ser aplaudido pelos fãs e somente isso, não vi nada atrás do personagem que me parecesse rico.
Apesar dos pontos positivos, tive que me esforçar pra ler até o final. Bateu na trave.