stephb 17/05/2023Paradise Kiss engatinhou pra esse mangá voar.
Eu até ia dizer que ParaKiss queria o que Boys Run the Riot tem, mas aí me lembrei como ParaKiss não só teve sua personagem trans, isso muitos anos atrás, como também trazia uma mensagem de abraçar quem você é, mesmo que pensem que você é "um deliquente" só porque seu cabelo é colorido ou você tem tatuagem na cara.
Vitamin também me parece ser algo que andou pra esse mangá voar, no sentido que é absolutamente sobre a violência de ser um pária na escola porque você é uma "🤬 #$%!& ", no caso de Vitamin, ou porque você não é feminina, no caso do Ryo. Inclusive os dois são xingados de 🤬 #$%!& : Ryo por só ter "amigos meninos", a menina de Vitamin por ser sexualmente ativa.
Mas, Vitamin à parte, esse mangá tem algo a mais que ParaKiss para mim.
Não só o protagonista é um menino trans, temos uma mulher trans também. Esse mangá tem mais a dizer do que só as agruras de ser um "esquisito", um "indesejado" no sentido mais comum dos mangás (lê-se: ser um indesejado hetero e cis. Apesar do Ryo ser hétero, mas vamos por partes).
É loucura como os sentimentos e até as situações falam tanto com você, mesmo quando você mora do outro lado do mundo, numa cultura diferente.
E para além do que eu sinto em termos de experiência pessoal, um mangá que te faz se sentir da turma e amar cada personagem sem precisar de muito, tamanha a sutileza, é incrível.