emzy 18/02/2023
Admirável
Livro bem gostoso de ser lido. Observei nas avaliações algumas críticas negativas acerca da arrogância dos personagens e me questiono se a vida dessas pessoas é perfeita. É totalmente perceptível que toda arrogância e prepotência de Rita são originárias de seus traumas devido a criação materna. Elizabeth não é a "salvadora da pátria", é somente uma mulher que a tirou da zona de conforto e, quando Rita sai um pouco de sua bolha, começa a notar seu comportamento grosseiro e procura melhora, assim como se dá a chance de amar alguém.
Há uma diferença entre ser uma pessoa abusiva por sadismo e ser uma pessoa abusiva por reação natural do cérebro de qualquer pessoa após episódios traumáticos.
Pessoas fechadas não são monstros, é só a forma de algumas delas se defenderem do que já sofreram. O livro não abordou isso diretamente, mas é só prestar atenção na narrativa, porque é isso que ele quer trazer como moral. Minha única ressalva é que gostaria que a relação de Rita e seus pais fosse mais explorada, principalmente no final, pois apesar de notório que a mãe se esvai do seu orgulho e assume que sua filha conseguiu conquistar uma família, gostaria de compreender melhor a mente da mãe, de onde vem o orgulho e o narcisismo dela, e também como o pai de Rita morreu e quem havia sido ele na vida dela.
No mais, boa narrativa, não achei cansativo de ler, entretanto, percebo que a autora costuma ser bem reduntante. Não me afetou a leitura, mas pode se tornar cansativo aos demais pela repetição frequente de conceitos, ideias e dizeres. Gostei da construção das protagonistas e principalmente do Henry. Tenho um pet que age como ele! Entende tudo!
Para a autora: vale a pena considerar reescrever para corrigir repetição (que leva a monotonia) e também para melhor descrever o cenário, pois demorei a perceber onde se passava a história, já que as características eram brasileiras e os nomes das demais coisas, estrangeiros. A história tem potencial. Com uma pequena revisão você consegue deixá-la excelente.