Ester479 19/10/2024
Bom, mas com algumas ressalvas
Peguei esse porque já tinha lido outros da autora e gostado. Adoro que pelo menos 1 dos personagens sempre é neurodivergente.
Ri bastante nos primeiros 15/20% do livro. Teve interações muito divertidas entre o casal.
Entendo o motivo da autora não querer publicar cenas de s3xo explícitas com personagens de 18 anos. Além do público alvo, acho que seria muito estranho. Até eu, mesmo sendo poucos anos mais velha, causaria um estranhamento, se tivesse que escrever. Acredito que, pelo menos, até os 25, essa sensação de que a pessoa, com 1 ano a menos que você, ainda é uma criança, vai continuar presente kkkkk. Parece que passaram décadas desde que eu tinha 18 anos, mesmo que sempre tenha sido "madura demais para a minha idade". (A pandemia disturbou minha visão de idade. As vezes me sinto uma velha e as vezes uma adolescente kkkk).
Não quero ser amargurada, mas talvez para destacar esse "amor jovem" a autora acabou abusando do "giggle". Tentei não me incomodar, mas foi mais forte kkkkk.
Como eu vou fazendo rascunho das resenhas enquanto leio o livro, tinha escrito que achava que a representação do Oliver era um pouco diferente do que eu esperava em algumas cenas, como um personagem com autismo. Mas aí li que a autora tem autismo, e fiquei me questionando ainda mais. Será que é porque ela é mulher, ou meus conceitos que estão errados? Decidi incluir na resenha para possíveis feedbacks. Adoraria uma indicação de outros livros com pessoas com autismo para maior aprofundamento.
Para contexto: foram poucas cenas que achei que Oliver agiu/pensou de uma forma mais neurotípica. Mas, por exemplo, na cena em que a Tilly assoa o nariz no restaurante e Oliver pensa nela como "a dama de refinamento que ela é". Com as "regras" sociais sendo diferentes para neurodivergentes, fiquei surpresa com esse tipo de pensamento.
O que me leva a uma outra conclusão: se essas pequenas coisas não saem do espectro autista, certamente não é muito europeu kkkkk. O que também tem uma visão bem estadounidense, é o grande "verão europeu" kkkkk. Tudo bem estereotipado.
Intelectualmente eu sei que a comunicação não violenta, e se for completamente aberta, é assim, mas fico pensando até onde algumas autoras conseguem abordar genuinamente (mas talvez esse seja um problema meu, e eu que precise fazer terapia mesmo kkkk). Nem todo mundo precisa te "aceitar" ou te "respeitar" (entre aspas porque na verdade precisa, mas o assunto é extenso. O ponto é que: você se respeitar e se aceitar, te poupa de muita cosia). Dói? Dói. Mas acontece na maioria dos casos, e é bom abordar isso.
O meu estranhamento foi porque achei as reconciliações forçadas. A do Oliver com a Tilly, mas principalmente a dela com a mãe. Não teve desenvolvimento de personagem, parece que uma chavinha foi simplesmente virada com magia.
O final foi tão abrupto que fiquei dois minutos olhando para a tela do meu kindle, indo e voltando a página, desacreditada que era isso mesmo.
Acho que a autora foi um pouco otimista em abordar esse tanto de assunto em 300 páginas. Faltou profundidade (falo isso, ciente de que estou lendo um romance jovem adulto. Então comparo somente com outros YA que já li).
Mas, apesar de todas as críticas, foi uma boa experiência de leitura, bem divertida. Indico se quiser um romance YA mais engraçadinho e leve.