spoiler visualizarGliterárias 02/10/2024
Fantasia com gostinho de Brasil
O Mago Revolucionário é dividido em cinco partes. Na primeira, conhecemos Danga-Ubi — governadora de Tolita —, Canael e Márnia, e um livro proibido sobre teurgia — estudo de magia oculta com espíritos da natureza e antepassados — que a jovem possuía, acompanhamos o desenvolvimento do romance dos dois até descobrirem o livro escondido nas coisas de Márnia e ela ser levada pelo governo.
Na segunda parte, conhecemos Crispapu, Efarita, Safindê, Papiguari, Quatuba, enquanto vemos os pescadores sequestrados serem resgatados, além da descoberta da identidade dos sequestradores, Natalaí e Tatiri. Vemos também a escolha de Canael de retornar seus estudos sobre teurgia após a morte de Crispapu.
Na terceira parte, conhecemos Naergaxu, Corajara e Mirita. Nessa parte, há um plot twist relacionado à revolução crescente para derrubar Danga-Ubi, também vemos o desenvolvimento de Naergaxu e Canael, um relacionamento proibido, pois eram mentor e aprendiz.
Na quarta parte, acompanhamos os acontecimentos no monastério que acolheu Canael, e onde ele conheceu Naergaxu, que havia sido deposto de sua posição de líder por Mirita, dominada pelos ciúmes e sentindo-se traída. Assim como também temos mais informações sobre a revolução e as alianças sendo formadas, possivelmente.
Por fim, como o título da quinta parte já especifica, na quinta parte há a guerra, após uma tentativa de reconciliação e entendimento, há o conflito e o desfecho dessa revolução.
Cada detalhe foi muito bem construído, as descrições dos personagens e paisagens tem um detalhamento específico que nos faz imaginar facilmente, mesmo com as ilustrações magníficas entre as páginas. As descrições dos locais e as cenas fantásticas derrama criatividade, cor, magia e Brasil, as referências à fauna e à flora brasileira nos deixa mais próximos a Aracum — o mapa no início da obra tem uma arte incrível.
Engoli a obra rapidamente, me apaixonei por Canael e cada personagem, até mesmo os “vilões”, adorei passear por cada parte que nos foi permitida conhecer, além disso, foi impossível não shippar nosso protagonista com suas paixões, assim como a fluidez de gênero de Tatiri. A temática política também não ficou para trás e seu desenvolvimento foi sensato e de fácil compreensão, assim como o funcionamento das regras e afins.
O Mago Revolucionário tem uma narrativa envolvente que te faz querer sempre ler mais um capítulo e saber mais sobre a revolução, sobre Canael, seus amigos, aliados, paixões e aventuras. E o sabor brasileiro dá aquele gostinho a mais que só nossa literatura consegue ter.
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